Calado, o governador Gladson Cameli é um Carlos Drumond de Andrade.
Em entrevista que concedeu ao site da família da sua secretária de Comunicação, Cameli revelou que suspeita de irregularidades na folha de pagamento do Estado.
A afirmação pode muito bem ser para tirar de foco o fato de que ultrapassou, há muito tempo, o limite prudencial de gastos com pessoal determinado pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Com a suposta auditoria, o governador talvez queira fugir do crime de responsabilidade, pois a sua reforma administrativa é ilegal.
Nula de pleno direito.
Mesmo com a folha inchada, o rapaz continua nomeando.
Mas é estranha essa suspeita de Cameli.
Ele acabou de alçar a responsável pelo controle da folha de pagamento ao posto de supersecretária.
Prima do deputado federal Flaviano Melo, a engenheira Maria Alice incorporou as secretarias de Administração e Planejamento, transformada em Seplag.
Agora vem, segundo a matéria no site, o motivo que levou o governador a suspeita de irregularidades na folha de pagamento: os valores pagos aos servidores da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre).
“Nessa folha de pagamento tem um furo, com toda a certeza. Eu estou desconfiando de tudo”, declarou.
A folha da Saúde gira em torno de R$ 30 milhões/mês.
Tem sido constantes as declarações do rapaz sobre possíveis irregularidades na Saúde estadual.
Semana passada falou sobre a existência de um possível cartel.
Quem sabe a investigação na folha seja o passo para o desmonte do esquema.
Mas dificilmente os profissionais em Saúde ficarão quietos.
Os órgãos de controle continuam em silêncio, enquanto a população grita por falta de atendimento nos hospitais.