Gladson Cameli aprovou a reforma, mas a vitória foi da oposição

Como era esperado, o governador Gladson Cameli aprovou a sua reforma administrativa.

Não há novidade nisso.

Estranho seria se não tivesse aprovado.

Um resultado negativo seria o fim de um governo que nem começou.

Governo que tem maioria no Parlamento, mesmo sendo uma maioria frágil, aprova o que quer.

A aprovação se deu por 15 votos favoráveis contra oito.

Nesse caso específico, os deputados tinham mais do que interesse republicano.

Boa parte dos cargos aprovados servirá para ser distribuída entre eles.

O bolo aumentou e todos irão querer ampliar o tamanho da fatia.

Não fizeram questão de esconder isso.

Mas há vitórias que, em vez de serem celebradas, ficam com o sabor de derrota.

Foi o caso dessa aprovação.

O governo venceu, mas não ganhou nada.

Os vitoriosos foram os deputados da oposição, que conseguiram prolongar o debate e demonstrar a real intenção da reforma.

Não há o interesse público se sobrepondo aos coletivos.

Ao aprofundar o debate, deputados como Daniel Zen (PT) e Edvaldo Magalhães (PC do B) levaram o governo a desistir do discurso de que o Estado do Acre vive uma profunda crise econômica.

Nenhum governante cria tantos cargos estando em crise, sem ter dinheiro em caixa.

Não foi um aumento qualquer.

Cameli aumentou em 43,8% o número dos cargos na administração estadual. É muita coisa.

A partir de hoje, o governador pode se preparar para o acréscimo de pedidos. A pressão será ampliada. Os deputados também serão pressionados.

Os oitos parlamentares que foram contrários terão o privilégio de assistir os próximos capítulos de camarote.

Foto: Sérgio Vale.

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