Nunca foi visto algo semelhante na história da política acreana.
Em menos de três meses de trabalho parlamentar, simplesmente o líder do governo abandona a liderança sem comunicar ao governador.
Foi o que aconteceu na Assembleia Legislativa.
Do mesmo partido do governador, o PP, o deputado Gehlen Diniz simplesmente abandonou o leme.
Teria entregado a liderança para o presidente do Parlamento acreano, Nicolau Júnior, que é cunhado do governador Gladson Cameli.
Cameli, por sua vez, já avisou que convidou um ex-integrante da Frente Popular do Acre, o deputado José Luiz Tchê, para ser o seu líder.
“O deputado Gerlen Diniz em nenhum momento me questionou ou me notificou sobre a possível saída dele da liderança, mas as informações que eu tenho é que ele pediu para sair por motivos pessoais dele e eu vou convidar o Tchê para ser o meu líder”, disse Cameli, com naturalidade.
Mas nada disso é natural.
É crise mesmo.
O Portal do Rosas deu em primeira mão que Diniz sairia da liderança.
Um dos motivos é porque não consegue dar conta de resolver as demandas da base.
Há disputa de espaços, o que dificulta o entendimento.
Cameli é uma ilha. Não se cerca de um núcleo político que permita um diálogo cotidiano sobre os problemas.
Sabido, Gehlen Diniz percebeu que ser líder de um governo perdido pode queimar a sua maior pretensão: ser prefeito de Sena Madureira.
Resta saber a que preço Tchê aceitará ser o líder.
O gaúcho é bom de negócio.
Fotos: Sérgio Vale.