Escândalo atinge figuras ligadas ao governador bolsonarista Gladson Cameli (PP), que tentará a reeleição
POR ANDRÉ BARROCAL
Em 4 de janeiro, o secretário de Governo do Acre, Alysson Bestene, do PP, esteve com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, presidente nacional do partido de ambos. Queria saber se Jair Bolsonaro apoiará o governador Gladson Cameli, também do PP, na campanha deste ano. O ministro teria assegurado que o governador é “o candidato do presidente para a reeleição”.
Não será fácil a vida de Cameli em 2022. Após ele e a esposa, Ana Paula, serem atingidos por uma operação da Polícia Federal (PF) em dezembro, a Ptolomeu, agora personagens ligados ao governador estão entre os alvos de outra ação policial, a operação Status Debitum, realizada nesta sexta-feira 21 pela Polícia Civil acreana, no caso conhecido como “máfia dos precatórios”.
Autorizada pela Justiça, a polícia fez buscas e apreensão em endereços do advogado de Cameli na campanha de 2018, Cristopher Mariano, e do ex-procurador-geral do Estado do Acre João Paulo Setti, demitido em dezembro. Ambos figuram com destaque no inquérito policial sigiloso aberto em setembro de 2021, ao qual CartaCapital teve acesso.
Precatórios são dívidas pagas pelo governo por ordem judicial. O que está sob apuração no Acre é a existência de um esquema que espetaria nos cofres públicos a conta de honorários advocatícios fixados em acordos privados de compra e venda de precatórios. Ao menos 20 milhões de reais podem ter sido desviados dessa forma.
O esquema foi revelado à PF em fevereiro de 2021, por um ex-procurador-geral do Acre, Edmar Azevedo Monteiro Filho. Por não se tratar de um potencial crime com verba ou servidores federais, a denúncia foi remetida à Polícia Civil. Esta obteve a confirmação da acusação ao ouvir, em setembro, o ex-presidente do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC) Franscisco Djalma da Silva e um juiz que foi auxiliar dele para cuidar de precatórios, Lois Carlos Arruda.
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