Perderam a vergonha e o medo.
E, se os órgãos de controle permanecerem inertes, vai passar o boi e a boiada da ilegalidade.
O fato mais recente envolve o diretor-presidente do Deracre, Petrônio Antunes (foto).
Semana passada, este Portal publicou matéria relatando que, no último dia 12 de novembro, três fiscais do Deracre enviaram relatório à diretora de Expansão e Planejamento do órgão, Maria do Perpétuo Socorro Messias de Melo, sugerindo que a empresa Seta Serviços Técnicos de Agrimensura devolva ao erário o valor de R$ 423 mil.
Com sede na cidade de Criciúma (SC), a empresa apontou a seta para o Acre sabe-se lá como.
Ganhou para executar obras nos ramais do Paulista e Adolar, bem como no Porto do Caeté, em Sena Madureira.
Os fiscais apuraram que houve superfaturamento nos preços praticados, o que obrigou as partes a fazerem um termo aditivo, reduzindo os custos substancialmente. Veja a matéria aqui.
O superfaturamento apontado pelos fiscais chegou a quase 90%.
Mas, como se os fiscais não tivessem fazendo nada importante, o diretor-presidente do Deracre, Petrônio Antunes, levou ao Diário Oficial do Estado, no último dia 19, o termo de adesão da ata de registro de preços nº 020/2020.
Essa ata, com origem na Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Regional (Sedur), é o objeto do pregão presencial por registro de preço nº 188/2020, no valor de R$ 3,3 milhões.
E qual foi a empresa vencedora?
Foi a Seta Serviços Técnicos de Agrimensura.
A mesma empresa, na mesma ata, no mesmo pregão eletrônico, que será obrigada a devolver mais de R$ 423 mil nas obras feitas em apenas três ramais.
Tem algo muito errado nesse processo.
Como um gestor mantém um ata dessa ativa, quando o superfaturamento foi comprovado?
É o que é pior: como o gestor, mesmo com parecer de fiscais, adere à uma ata com sobrepreço?
Petrônio Antunes também é empreiteiro.
Quem sabe ai esteja a explicação.