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Olá, vamos porongar?
Eu poderia ficar calado.
Mas há um problema: eu não consigo.
Nem bem foi reinaugurado, depois quatro anos fechado, o estádio Arena da Floresta voltou a ser palco de algo para o qual não deveria ser usado: uma pelada entre amigos.
Na teoria, a pelada até teria uma causa nobre, que seria a de arrecadar alimentos para famílias carentes.
Se a ideia era essa, a fome permanecerá viva.
Apesar do grande número de ex-jogadores profissionais e artistas sem grande expressão nacional, cerca de três mil pessoas saíram de suas casas para ir ver os peladeiros acima do peso.
O resultado é que os alimentos arrecadados não chegaram a seis toneladas.
É pouca comida para muita fome.
Considerando um quilo de feijão a cinco reais, o valor arrecadado chegaria a quinze mil reais.
Vou nem citar outros produtos mais baratos.
A pelada foi organizada pelo empresário Marcos Diniz, também conhecido por Marcão, apesar de está longe de merecer esse “ÃO”.
Mas quem é esse Marcão?
Não o conheço pessoalmente.
Sei que trabalhou com o prefeito eleito de Tarauacá, Rodrigo Damasceno, e que assessorou o ex-deputado Léo do PT.
Dizem que ficou muito rico no atual governo.
Sei, também, que eu conseguir melar um esquema milionário dele com o governo de Gladson de Lima Cameli, o Dançarino.
Diniz chegou a assinar um contrato de quase oitenta milhões de reais para ofertar serviço de medicina e segurança do trabalhador.
Após a minha denúncia, o Tribunal de Contas do Estado descobriu que havia um superfaturamento de quase sessenta milhões de reais.
Não restou outra alternativa do governo que não o cancelamento do contrato.
Ante de retornar à pelada vou informar que a Secretaria de Estado de Administração retornou com a ideia de contratar empresa para a mesma medicina e segurança do trabalhador.
Advinha qual é a empresa favorita.
Retornemos à pelada.
Como eu disse, o público foi pífio.
Obviamente, a arrecadação de alimentos também.
Mas cabe perguntas.
Quem pagou as passagens e estadias dos ex-atletas e artistas?
Qual foi o custo deste evento fracassado?
Quantos quilos de alimento seria possível adquirir com os custos com os peladeiros?
O Arena da Floresta voltará a servir como estádio para peladas?
São indagações que, se quisesse, o Ministério Público Estadual poderia apurar.
Finalizo.
Após a pelada, houve um regabofe para comemorar o aniversário do Marcão Diniz.
Quem esteve lá, jura que não teve miséria.
A sobra daria para alimentar muito mais pessoas do que os alimentos arrecadados na pelada.
Seria a pelada uma cortina de fumaça para a festa de arromba?
Esse Acre é o paraíso desse tipo de gente.
Não duvido que ainda tenha uma chuva de fezes…
Preparem o guarda-chuvas.
O complicado é o respingo…
Fui.
Um forte abraço e um cheiro do Rosas.
Vida que segue.
A coluna escrita está no portaldorosas.com.br.
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