Carlos Madeiro, Colunista do UOL
O CV (Comando Vermelho) está no controle do crime organizado no Acre. Nos últimos anos, após perder espaço para o PCC na chamada rota caipira (que liga Paraguai e Sudeste brasileiro), a facção carioca concentrou forças na Amazônia para ter acesso à fronteira e hoje é predominante no estado de origem dos dois fugitivos que escaparam do presídio federal de Mossoró (RN).
O Acre é estratégico para o crime organizado porque faz fronteira com dois dos maiores produtores de cocaína do mundo: Peru e Bolívia. Estar perto do estado oferece vantagem logística para operar na outra rota da droga, a rota Solimões.
Com ataques contra territórios do PCC, o CV tomou áreas da facção paulistana nos últimos anos e controla —com força e violência— o crime no estado, expandindo agora seus negócios para países vizinhos, em especial, o Peru.
Facções chegaram ao Acre há 13 anos
As investigações apontam que as facções chegaram ao estado em 2011, visando expandir o mercado da droga. Primeiro, veio o PCC, depois, o CV. Eles fizeram um acordo de não se atacarem, até 2016.
O racha ocorreu após a morte, em junho de 2016, do traficante Jorge Rafaat Toumani, conhecido como rei do tráfico e que controlava a rota caipira. Ele foi assassinado no Paraguai, em uma emboscada do PCC e de criminosos paraguaios. Com isso, a facção paulistana passou a comandar a área e impôs a necessidade de negociação do CV, que não gostou.
CV precisava da Amazônia
Com a situação, o CV precisava dominar a Amazônia para ter acesso à fronteira, segundo Bernardo Albano, coordenador do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do MP-AC (Ministério Público do Acre).
“O PCC obteve um certo monopólio da chamada rota caipira, que é a mais curta ligando o Paraguai aos centros consumidores do Sudeste. E o CV teve de investir, até por sobrevivência, para expandir para a região Norte”.
Bernardo Albano
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