Philip Martin Fearnside é pesquisador titular do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em Manaus (AM), onde vive desde 1978.
Doutor pelo Departamento de Ecologia e Biologia Evolucionária da Universidade de Michigan (EUA), recebeu o Prêmio Nobel da Paz pelo Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC), em 2007.
Em março deste ano, publicou dois artigos no site da agência Amazônia Real, alertando sobre o projeto de reconstrução da rodovia BR-319 (Manaus-Porto Velho).
Como estão interligados, republicamos ambos.
Abaixo, os dois artigos por ordem de publicação
Por que a rodovia BR-319 é tão prejudicial: 1 – Um desastre evitável
Por Philip Martin Fearnside, Amazônia Real
Embora o processo de licenciamento do projeto de reconstrução da rodovia BR-319 (Manaus-Porto Velho) continue avançando em direção à aprovação, a obra ainda não é um fato consumado.
O país precisa pensar melhor sobre os enormes impactos e parcos benefícios deste projeto antes que seja tarde demais.
Publiquei hoje um editorial convidado pela prestigiada revista Ambio, que explica este risco.
A Amazônia é reconhecida por sua importância global na regulação do clima e por sua extraordinária diversidade biológica e cultural, incluindo distinções como o status de Patrimônio Mundial da UNESCO da Área de Conservação da Amazônia Central.
Infelizmente, as ações atuais e planejadas do governo brasileiro promovem amplo desmatamento e degradação que ameaçam os serviços ambientais que a floresta amazônica fornece ao Brasil e ao mundo.
O último grande bloco de floresta intacto na Amazônia brasileira está agora ameaçado por estradas planejadas. Isso desencadearia processos que, apesar do discurso político, estão fora do controle do governo brasileiro [2].