Tácio Júnior
Mesmo com o Brasil dividido entre defensores do bolsonarismo e demais brasileiros, ao menos uma coisa é consenso nos dois lados da população: nada passa incólume à língua descontrolada de Jair Bolsonaro. A última declaração polêmica do presidente foi dada a um grupo de apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, em Brasília, nesta sexta-feira (6), quando reconheceu a própria incompetência no comando do país. “Reconheço as minhas limitações, a minha fragilidade, a minha incompetência em alguns momentos”, disse ele.
Ao ser perguntado se Augusto Aras, o novo Procurador-Geral da República, iria trabalhar contra a corrupção, Bolsonaro respondeu que um PGR “não pode focar só na corrupção”. Antes, Bolsonaro havia dito que a quinta-feira, 5, “foi um dia difícil”. “Fizemos os vetos da Lei de Abuso. (No) Ministério Público, alguns extrapolam ainda. Não podem agir dessa maneira. Ontem escolhi novo PGR, uma escolha difícil, completou.
A escolha de Augusto Aras para o comando do MPF causou uma grande polêmica. Pela primeira vez desde 2003, quando o então presidente Lula passou a adotar a prática de o escolhido saía de uma lista tríplice votada pelos próprios procuradores do Ministério Público Federal, o PGR será uma opção pessoal do presidente da República. Em resposta a escolha, procuradores da força tarefa da Lava Jato pediram demissão e Bolsonaro foi contestado pelos próprios apoiadores na internet – e acabou pedindo que internautas apagassem postagens contra ele no Facebook.
Veja abaixo o vídeo de Bolsonaro reconhecendo incompetência: