Palavra é como tiro.
Depois de proferida, não há retorno.
Tiro e palavra são temas do presente texto.
Trazido da reserva para ser titular da pasta de Justiça e Segurança Pública, o coronel Paulo César Rocha assumiu a pasta roncando grosso.
Instado pelas luzes das câmaras e pelos atrativos microfones, o secretário afirmou: “As coisas não vão acontecer de uma hora para outra, mas o certo é que, com algumas medidas emergenciais e pontuais, o Acre poderá ter uma sensação de paz nos próximos 10 dias”.
Rocha, o secretário e não o seu chefe vice-governador, achava que era fácil. Todos os que estão do lado de fora sempre acham.
Até o reserva do craque Lionel Messi deve achar que faria melhor dentro de campo do que o brilhante argentino.
Passaram-se os 10 dias, um mês, dois meses e estamos caminhando para o sétimo mês.
A sensação de insegurança só aumenta.
E os bandidos estão mais ousados
Agora determinam onde pais devem matricular filhos, assaltam ônibus, trocam tiros à luz do dia, colocam avisos nas entradas e saídas do bairros e impõe às suas próprias regras.
O Sistema Integrado de Segurança Pública se desintegrou porque as divergências entre as polícias militar e civil, bem como o Ministério Público, foram evisceradas.
A polícia deixou de trabalham com inteligência.
Vivemos tempo de medo e de caos.
O secretário, que durante muito tempo, estava na sombra, apareceu.
Na aparição mudou o discurso.
Esqueceu-se dos 10 dias.
Em entrevista a um site local, esticou o prazo.
Disse que não existe prazo para a recuperação da sensação de segurança.
Limitou-se a garantir que, a partir do próximo ano, terá as condições ideais para trabalhar com mais policiais nas ruas e equipamentos disponíveis.
Ou seja: quem estiver vivo até lá, verá a paz prometida.
Ou não!
Em tempo: nunca é demais lembrar que a pasta de Segurança está sob a batuta do vice-governador Wherles Rocha.