Gladson Cameli tem uma chefe de gabinete, que recebe um salário de R$ 19,1 mil, por mês.
O valor é superior ao dobro do que recebia a ocupante do cargo na administração passada.
Cameli também dispõe de um chefe da Casa Civil, o advogado Ribamar Trindade, cuja função é cuidar do entorno do governador e de fazer a máquina administrativa girar.
Mas parece que nem a chefe de gabinete e muito menos Trindade estão conseguindo dar conta do recado.
Supostamente são incapazes de atender às necessidades do chefe do Executivo estadual.
Isso pode ser comprovado fazendo a leitura do Diário Oficial do Estado de segunda-feira, que trouxe a nomeação de Ricardo Augusto França como coordenador do gabinete do governador.
Aparentemente, não há nada anormal.
Mas há na essência.
A anormalidade está no fato de França também ser o chefe da Representação do Acre em Brasília.
Ora, como uma pessoa que tem a obrigação de dar expediente todos os dias na capital do país pode coordenar um gabinete no Acre?
Essa acumulação parece vir recheada com outro objetivo.
Um desses objetivos pode muito bem ser o de esvaziar as prerrogativas do chefe da Casa Civil.
Não é segredo para ninguém que Trindade vem trombando com muita gente dentro e fora do governo. Que não foram poucas as pessoas que pediram para a sua cabeça ir à guilhotina.
São arranjos que não costumam dar certo.
Na representação em Brasília já é falado que Ricardo Augusto França passará a residir em Rio Branco.
Nos corredores da Casa Civil é dado como certo que substituirá o indicado pelo conselheiro Antônio Malheiro.
Nesse governo tudo é possível.
Uma certeza, porém, existe: Cameli confia muito em França. Talvez mais do que em Trindade.
É inconcebível que, ao nomear o chefe da Representação para coordenar o seu gabinete, o governador queira somente justificar o pagamento de diárias, haja vista que o assessor de Cameli, por dever de ofício, teria que ficar mais tempo em Brasília.
Vem mudanças por aí. É o que garante fonte do Portal.
Ricardo Augusto França da Silva foi preso na chamada Operação Sanguessugas, em 2006.
O escândalo dos Sanguessugas”, que também ficou conhecido como “Máfia das Ambulâncias”, desviou mais de R$ 110 milhões através de emendas ao Orçamento Geral da União (OGU) por meio da venda de mais de mil ambulâncias superfaturadas para muitas prefeituras do país.