Circula pelos corredores da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) que o Ministério Público Estadual (MPE) poderá intervir pesado no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb).
A medida, se confirmada, vem tarde.
A principal unidade de saúde do Estado, no campo de urgência e emergência, vive um tempo caótico desde o dia 1º de janeiro deste ano.
A cena que se vê é a de um local doente pela omissão e incapacidade de um governo que não consegue dar respostas.
Falta praticamente tudo no hospital.
As denúncias de mau atendimento, falta de medicamentos, equipamentos e pessoal são diárias.
No último fim de semana, por exemplo, não estavam fazendo bioquímica porque a máquina do laboratório estava quebrada. Não estavam fazendo exames de enzimas cardíacas, que são necessários para constatar infarto em paciente.
Os equipamentos não foram consertados.
Até o próximo dia 15 o hospital estará sem urologista, o que aumenta a dor e a aflição de um paciente jovem que corre o risco de perder o testículo.
A família do jovem foi falar com a direção, que respondeu o seguinte: “Aguardem”.
Os corredores estão abarrotados de doentes e familiares, que clamam por socorro das autoridades públicas.
Em vez de agir, essas autoridades respondem com discurso.
Em caso de vida e morte, discurso não é o melhor remédio a ser receitado.
O promotor titular da Promotoria de Saúde, Gláucio Ney Oshiro, não é de dormir no ponto.
Deve tomar as providências.
Exigir a exoneração dos atuais diretores do Huerb é um bom caminho.
Acionar o secretário de Saúde e o governador seria outra medida forte.
Há no meio médico quem acredite no caos incentivado. Tudo para justificar a terceirização do Huerb.
É mais um caso a ser investigado.