Iniciada em 1968, a implantação da rodovia BR-364, no trecho Rio Branco-Cruzeiro do Sul, tem muitos personagens que dedicaram boa parte das suas vidas na luta pela integração do Acre, em sua quase totalidade, por via terrestres.
Os primeiros trabalhos foram executados pelo Exército, por meio de seus Batalhões de Engenharia – 5o e 7o, sediados em Porto Velho-RO e Cruzeiro do Sul.
Uma dessas pessoas que trabalhou muito pela integração foi o agrimensor Salvador de Almeida, que mergulhou fundo na estrada de 2005 a 2014.
Ele conhecia, com profundidade, o traçado da rodovia.
Pela sua dedicação, Salvador de Almeida marcou uma folha de serviços incalculáveis prestados na supervisão das obras da rodovia.
Há uma semana, morando em São Paulo, Salvador de Almeida faleceu.
Foi vítima de infarto.
Estava abalado e triste, como se comportam todas as pessoas sérias e honestas que têm as suas honras atingidas covardemente.
Ele foi vítima, junto com outros personagens que se dedicaram de corpo e alma para verem a rodovia dando trafegabilidade o ano inteiro, de uma dessas operações midiáticas, que primeiro condenam pela imprensa, para depois tentarem encontrar provas legais para sustentar o espetáculo.
Pessoas como Salvador de Almeida são responsáveis por tornar realidade um sonho que começou com desmatamento da floresta seguindo uma diretriz coincidente com a rota do avião e que ligava a capital aos municípios de Sena Madureira, Manuel Urbano, Feijó, Tarauacá, Rodrigues Alves e Cruzeiro do Sul.
Foram muitos anos de promessas e falta de compromisso de governantes.
A partir de 1995, o então governador Orleir Cameli levou a rodovia pavimentada até Sena Madureira.
Vieram os governos de Jorge Viana e Binho Marques, que, com o apoio dos governos do presidente Lula, deram sequência aos trabalhos, nos trechos mais difíceis.
Em outubro de 2011, o governador Tião Viana anunciou que a BR-364 nunca mais fecharia no inverno.
Salvador de Almeida estava presente. Era um dos mais felizes.
Salvador de Almeida, agora, passeia na estrada da eternidade.