O BASTIDOR: A hora de Cameli

Alisson Matos

O governador do Acre, Gladson Cameli (PP), presta depoimento nesta sexta-feira (25) no Superior Tribunal de Justiça, em um processo que pode resultar no seu afastamento do cargo. Ele é acusado dos crimes de organização criminosa, corrupção passiva, peculato, lavagem de dinheiro e fraude à licitação por desvios de mais de 16 milhões de reais dos cofres públicos.

Em maio, em decisão unânime, o STJ tornou Cameli réu. À época, a Procuradoria-Geral da República pediu seu afastamento do cargo, o que foi negado pela ministra Nancy Andrighi, responsável pelo caso.

Cameli foi pego na Operação Ptolomeu III. De acordo com a investigação, o governo contratou uma empresa chamada Murano via adesão à ata de registro de preços de Goiás, um sistema que dispensa concorrência pública. Porém, em Goiás, a Murano fazia manutenção predial, enquanto no Acre faria obras viárias – ou seja, não tinha especialização.

A PGR apurou um sobrepreço de 8,8 milhões de reais nas obras e um superfaturamento de 2,9 milhões. Pelo menos 4,4 milhões de reais teriam sido repassados para empresas controladas diretamente ou indiretamente pelo irmão do governador, Gledson Cameli.

O governador é apontado como uma das principais figuras no esquema. Além dele, outros membros de sua família também são acusados de fazer parte da organização criminosa. A denúncia aponta a participação de outros agentes públicos como o secretário de Infraestrutura, Thiago Rodrigues Gonçalves Caetano, e outro irmão do governador, Eládio Messias Cameli Júnior.

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