ESPINHO E POLÍTICA – Os recursos federais para o Acre não virão em paneiro de farinha; Lula não vai potencializar bolsonarista Gladson Cameli

Farinha, biscoito de goma e outros produtos típicos do Acre faziam parte da cesta que Gladson Cameli (Progressistas) levou a Brasília para presentear o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Semana passada, Lula reuniu os governadores do país para, novamente, defender à democracia e discutir investimentos nos estados.

Aquela foi a segunda vez que o presidente se encontrou com os governantes estaduais.

Na primeira, Cameli não foi.

Assim como os demais governadores, durante o encontro, o governador do Acre apresentou três propostas que considera prioritárias para os acreanos.

Não levou novidade.

Curiosamente, os três pedidos haviam sido apresentados pelo seu adversário Jorge Viana (PT), na campanha eleitoral de 2022.

Jorge Viana prometeu recuperar a BR-364, construir 10 mil casas populares e ofertar internet de qualidade.

Gladson Cameli é assim: não tem pudor de se apropriar da ideia alheia sem dar o devido crédito.

Como conta com mutismo da imprensa, no tocante à críticas, ele pinta borda.

Não é à toa que a maioria dos acreanos desconhece a Operação Ptolomeu, onde o governador é acusado de ser chefe e regente de uma Organização Criminosa, que supostamente desviou R$ 828 milhões da Saúde e Educação.

Fazer esse tipo de afago de levar presente a presidente, aliás, não é novidade na carreira política de Cameli. Ele já presenteou Michel Temer com saco de farinha e Jair Bolsonaro com marchetaria.

Embora tenha votado a favor do golpe que levou Temer à Presidência da República e ser um apoiador apaixonado de Bolsonaro, Cameli não obteve sucesso na busca por investimentos no Acre.

A 364 está em situação precária e não foi construída uma casa popular desde o seu primeiro mandato.

Para fugir dos buracos na estrada, Cameli usa o helicóptero ou avião pagos pelo erário.

Casa construiu apenas a sua mansão e duas casinhas de Papai Noel, nos dois últimos períodos natalinos.

A história será diferente com aquele que o povo acreano não reconhece e o governador não nutre simpatia ideológica.

Lula fará investimentos no Acre.

Ele sempre fez e não será diferente agora.

Esses investimentos não virão motivados pela cesta de quitutes.

Virão porque o presidente enxerga o país de uma forma plena.

Virão porque Lula sempre foi um grande amigo do Acre.

Mas não virão graciosamente para Gladson Cameli se deleitar nas suas patranhas.

Quem conhece política sabe que Lula investirá, mas dará crédito aos seus verdadeiros aliados.

Recursos para estradas, por exemplo, chegarão pelos meios federais, havendo uma ampla divulgação  sobre quem é o responsável.

Para casa populares, o governo federal irá mostrar à população quem realmente está construindo moradia para os mais pobres.

Gladson Cameli não tem poder de comandar os votos dos deputados federais e senadores.

É órfão, portanto, de possibilidade de barganha para atrair a simpatia presidencial.

Haverá muito investimento no Acre, mas Cameli pode estar certo que não será ele quem irá surfar sozinho nessa nova onda vermelha.

A aguardar…

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