Transação ocorreu 10 dias após publicação do decreto de nomeação de Zenil Chaves
Para a a maioria das pessoas, cunhado não é parente. É “aderente”.
Mas há quem goste desse personagem, a ponto de lhe confiar até os seus bens.
Esse parece ser o caso de Josenil Costa Chaves, também conhecido como Zenil Chaves.
Ex-vereador em Sena Madureira, terceiro maior município do Acre, Zenil Chaves não conseguiu renovar o mandato nas eleições de 2016. Mesmo assim, permaneceu atuante na vida política.
Nas eleições do ano passado, trabalhou duro em defesa da candidatura do medebista Marcio Bittar.
Eleito senador, Bittar ganhou o Departamento de Água e Saneamento do Acre (Depasa) de “porteira fechada”. Zenil Chaves foi alçado ao cargo de presidente da autarquia.
O decreto de nomeação de Chaves foi publicado no dia 9 de janeiro.
Estranhamente, 10 dias após a publicação da sua nomeação, o presidente do Depasa fez uma transação, no mínimo, suspeita.
Zenil Chaves, mostrando um “desprendimento” e um “apreço” fora do normal, transferiu do seu nome uma propriedade de 89 hectares para o nome do seu cunhado Paulo Sérgio Alves Pirola.
No dia 21 de janeiro, Zenil Chaves, inexplicavelmente, correu ao cartório da comarca de Sena Madureira para se desfazer de um bem rural.
A propriedade rural fica na Gleba Cumaru, Projeto de Assentamento Dirigido Boa Esperança.
A transação levanta suspeita. O presidente do Depasa pode estar incorrendo no crime de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, cuja pena de reclusão é de três a dez anos e multa.
Esse tipo de transação também pode ser vista como uma medida protetiva de ações futuras.
O Depasa é uma autarquia que movimenta muito dinheiro, além de ter processos complexos. Um deslize pode colocar tudo, literalmente, por água abaixo.
Zenil Chaves, aliás, tem sido visto todo garboso numa camionete nova. Será que está no nome dele?