A (in)segurança comandada pelo major vice chegou às escolas e creches da periferia de Rio Branco.
Pais e mães estão sendo obrigados a tirar os seus filhos da sala de aula por imposição das organizações criminosas.
Relatos obtidos pelo Portal do Rosas são aterrorizantes.
Contando com a ineficiência da política de segurança, que tem o vice-governador Wherles Rocha como o comandante direto, os bandidos dão as cartas.
E não são nada didáticos nas abordagens.
No bairro Calafate, um do mais violentos do Estado, as organizações decidem quem pode ou não pode estudar nas escolas da região.
As rotinas das famílias foram completamente alteradas pelo medo de perderem a vida.
A organização criminosa que comanda o bairro impede que moradores de outros bairros dominados por organização rival matriculem os seus filhos.
“A minha filha se deu super bem estudando na escolinha. . Mas, pelo visto, são os bandidos que decidem onde os nossos filhos irão estudar”, lamenta uma mãe, em conversa no WhatsApp.
É comum ver várias viaturas circulando no Calafate, mas a criminalidade não dá trégua.
Uma das mãe diz que há recuou quando operações são realizadas, mas tudo logo volta ao normal.
“Houve uma operação há um mês e tinha parado. Mas voltou novamente”, diz.
Os bandidos abordam as mães à luz do dia e ameaçam.
Concedem prazo de uma semana para os filhos serem tirados das escolas.
“Disseram que não iriam mais avisar. Então tive que tirar”.
Sem alternativa e temendo pela suas vidas e dos seus filhos, os pais são obrigados a procurarem outras escolas mais distantes de casa.
“A minha filha vai, agora, para uma mais longe. Na rua principal do Calafate, onde os brinquedinhos estão todos enferrujados”.
Não é apenas na escolas que as organizações criminosas ditam as regras.
Em diversos bairros há pichações determinando que os motoristas abaixem os vidros ao entrarem na região.
O texto diz: “Ao entrar na rua abaixe o vidro. Acenda a luz. Para sua segurança”.
Não é um alerta de barreira policial.
Muito pelo contrário.
É um aviso claro das facções que dominam o Acre, deixando nítido aos mais desavisados quem é que manda no território.
No início do ano, o secretário Paulo César Araújo, que foi indicado por Wherles Rocha, declarou que daria resposta à sociedade no combate à criminalidade em 10 dias.
Passaram-se quase cinco meses e a violência só aumenta.
Mas não há violência maior do que impedir uma criança de estudar.