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Secretaria de Educação paga mais de R$ 10 milhões à empresa de informática um dia após a assinatura do contrato

Dinheiro é federal e daria para comprar quase dois mil equipamentos ao preço de R$ 5,8 mil

Esta semana, o vice-governador Wherles Rocha (PSDB) vestiu a roupa de líder de oposição fez uma das mais graves denúncias contra o seu próprio governo.

Requentando denúncia feita pelo governador Gladson Cameli (PP) há cerca de um mês e meio sobre um suposto esquema de desvio de dinheiro da merenda escolar, Rocha declarou ter conhecimento de um superfaturamento de até R$ 3 milhões na compra de computadores pela Secretaria de Estado de Educação (SEE).

Esse governo é meio doido. Tanto o governador quanto o vice-governador denunciam a secretaria mais poderosa do Estado, a com mais recursos, mas mantém o gestor no cargo.

Após a postagem de Rocha no Facebook, o Diário Oficial de hoje trouxe várias exonerações na SEE. Tudo peixe pequeno, nunca clara demonstração de que o caldo está saindo mais caro do que o peixe.

Quando trouxe o caso da compra dos computadores, Rocha queria mandar mensagem ao deputado estadual José Bestene (PP), seu desafeto declarado.

A empresa que vendeu os equipamentos é a C. Com Informática Importação, Exportação, Comércio e Indústria Ltda., cujo proprietário é Cristiano Silva Ferreira.

Quando houve a transação, este Portal publicou os procedimentos. Veja aqui.

Cristiano Silva Ferreira é casado com uma das filhas de Bestene.

Talvez por desconhecimento ou guardou para usar em outra oportunidade, o vice-governador não aprofundou a história, que tem capítulos deverás interessantes sobre a compra dos equipamentos, que seriam destinados a garantir a “funcionalidade das unidades escolares e administrativas da SEE”.

No dia 26 de dezembro do ano passado, a SEE assinou o contrato, com a vigência de 12 meses, com a empresa.

A SEE fez a adesão da ata de número 0058/2018, da Secretaria de Estado de Fazenda do Amazonas. O pregão eletrônico foi realizado em dezembro daquele ano.

A Secretaria de Fazenda do Amazonas, embora seja detentora de uma ata de R$ 23,4 milhões, nunca comprou um real.

Ao contrário dos amazonenses a SEE aderiu a R$ 11.730.000,00.

Teoricamente, tudo está dentro da lei. 

Mas há um fato que chama muito a atenção: a forma como foi feito o pagamento.

A SEE, como dito, assinou o contrato no dia 26 de dezembro do ano passado.

No dia 27 foi emitido um pagamento vultoso de R$ 10.263.750,00, que no dia 30 caiu na conta da C. Com Informática.

É muito dinheiro para pagar a uma empresa, no prazo tão rápido. O pagamento, pelo preço ofertado, daria para a administração estadual comprar quase dois mil computadores.

Cada computador saiu ao erário por R$ 5.865,00.

É estranho um governo adquirir tantos equipamentos e não fazer uma festa para anunciar a boa nova.

Os recursos utilizados são do Fundeb, são federais. É bom os órgãos de fiscalização apurarem melhor a situação.

Há indícios fortes de coisas erradas. E onde há fumaça…

EXTRATO DA ATA DE REGISTRO DE PREÇOS Nº 0058/2019-1-SEFAZ; PE1526/18 -CGL (Proc. Nº 014101.107384/2018); OBJETO : Aquisição de Microcomputadores; PARTES : ESTADO DO AMAZONAS e as empresas: C.COM. INFORMATICA IMP. EXP. COM. E INDUSTRIA LTDA, item (ns) 2 no valor total de R$ 23.940.000,00; VIGÊNCIA : 12 Mês (es), a partir da data de publicação deste.

Manaus, 5 de junho de 2019.

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