Hoje, a grande notícia da nossa cidade foi a operação da Polícia Federal que desbaratou um esquema de lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. É importante deixar claro que os acusados não são traficantes, mas sim, segundo a própria PF, pessoas que lavavam dinheiro para o tráfico.
Dizem que tem gente na Casa Civil do governo se tremendo de medo de que a investigação chegue neles. Nesse caso, não seria mais lavagem do tráfico, mas sim lavagem de corrupção. Esses mesmos acusados eram os responsáveis por trazer todos os shows da Expoacre e de outros eventos no interior do estado. A Polícia Federal já vinha monitorando esses jovens há anos, o que mostra a seriedade da investigação.
O mais interessante é que a ordem de prisão veio de um juiz estadual. Eu me pergunto: por que ele não pediu para a Polícia Civil fazer as prisões? Eu imagino que a Polícia Civil, que há muito tempo deixou de investigar a corrupção, poderia ter vazado as informações. Acredito que, por precaução, o juiz preferiu passar a missão para a Polícia Federal, evitando qualquer tipo de vazamento.
Se o processo vai ser derrubado, são outros quinhentos. Mas as informações que eu tenho é que a investigação é robusta e as provas são gigantescas. Uma coisa está ligada à outra. No final do ano passado, a PF já tinha feito uma operação na mesma boate por lavagem de dinheiro e clonagem de cartão. Os presos de agora são os mesmos. A teia é familiar e envolve até um primo de um deputado federal que já tinha sido alvo de investigação.
Eu não estou aqui para condenar ninguém. O que me chama a atenção são as conexões com o poder público. Um dos presos era um cargo comissionado no governo de Gladson Cameli, na Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia. Os irmãos dele também trabalham no governo. E um dos investigados é sócio de uma empresa que anuncia o show do DJ Alok. Alok é um artista politicamente e ambientalmente correto, e penso que se ele souber da gravidade das acusações contra os contratantes, dificilmente subirá no palco aqui no Acre.
As relações desses rapazes com o poder público estadual são muito profundas. O Wer Rocha me disse que há um temor dentro do governo de que os celulares apreendidos revelem Pix atípicos, impossíveis de explicar. Essa é a razão da tremedeira na Casa Civil. As ramificações dessa operação podem ser mais profundas do que podemos imaginar. Vamos ver no que isso vai dar