Deputada do Acre tinha razão sobre o Relatório do Ministério da Defesa desde 6 de julho

Um relatório do Ministério da Defesa sobre a eleição de 2022 era aguardado para quarta-feira, 9 de novembro. Ele foi produzido durante longos 10 dias. O documento, para alguns brasileiros, iria validar o processo eleitoral. Uns mais exaltados e inconformados com o pleito que deu a vitória a Lula, chegaram a bloquear estradas, e com o passar dos dias começaram a se agrupar em torno de batalhões do Exército Brasileiro.

A publicação do tal relatório era visto como uma última cartada do atual presidente, que já pode ir embora-naro, mas parece que o jogo flopou. (Flopar é uma gíria que expressa “fracasso nos objetivos” um deu ruim da geração atual). Mais uma vez Bolsonaro se revela pequeno diante de seus apoiadores, os abandonando e os colocando no vácuo. Vamos aos pontos!

No Acre um grupo empresários já foi identificado como financiador e organizador do movimento golpista. O Ministério Público do Acre e o ministro Alexandre de Moraes já encaminharam a PMAC o desbloqueio imediato das vias do entorno do 4Bis, mas até o presente momento não se tem visto força de vontade das forças de segurança pública que se faça cumprir a lei. A justiça tarda mas não falha. Prevaricar também é corrupção.

Nenhum político com mandato eleito se utilizando da imagem de Bolsonaro apareceu por lá para apoiar os manifestantes acreanos que seguem inconformados com a derrota da extrema direita. Não é preciso ser o Sherlock Holmes para concluir tais evidências. Afinal, ninguém quer prejudicar o futuro mandato. O abandono é programático.

Bom, mas e aí o relatório do Ministério da Defesa? Qual a conclusão? Enfim, num breve resumo, não foram encontradas fraudes, mas não tiveram sucesso em compilar o código fonte, por isso, não puderam aferir em sua totalidade a segurança da urna. Sem fraudes, porém inconclusivo. Compilar código é assunto dos primeiros períodos das faculdades de tecnologia. Há um problema de competência!

Em 6 de julho a deputada Perpétua já deixava claro qual a competência do Ministro da Defesa. “Me recuso a debater esse assunto com o ministro da Defesa”, diz a deputada Perpétua Almeida ao confrontar o general Paulo Sérgio Nogueira em discussão acerca de urnas eletrônicas, deixando claro que isso é assunto do TSE e dos órgãos responsáveis descritos na Constituição.

É fato que vivemos num momento de pós-verdade. Grupos bolsonaristas que já comemoraram a prisão de Alexandre de Moraes devem estar criando novas teorias conspiratórias sobre o relatório do Ministério da Defesa, afinal não importa o que está escrito e sim como mantenho a esperança de grupos extremistas. A dica que dou, faça como a deputada Perpétua, se recuse a debater com quem não sabe compilar um código fonte.

Por Adaildo Neto
Colaborador do Portal do Rosas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *