Em junho, Gladson Cameli extraiu o odontólogo Alysson Bestene do comando da Secretaria de Saúde para entregar à pediatra Mônica Feres Kanaan.
Até hoje, várias foram as especulações para explicar como Kanaan chegou ao Acre, como se deu a sua escolha para chefiar umas das pastas mais sensíveis da administração pública.
Há muitos anos, José Chalub Leite, um dos melhores jornalistas da história acreana, dizia que ninguém vinha para o Acre impunemente.
As suas palavras são mais atuais do que nunca.
O que trouxe Mônica Kanaan ao Acre foram os laços familiares com um dos personagens mais influentes do governo.
Ela mesma se surpreendeu quando perguntaram, entre uma taça de vinho e deliciosos petiscos, se não queria ser secretária de Saúde.
Kanaan passou rápido pelo Acre no início da década de 1990. Podia estar pensando em tudo, menos em retornar ao Estado.
Mas foi convidada e aceitou.
O convite partiu do chefe da Representação do Acre em Brasília, Ricardo França, que também coordena o gabinete do governador.
Apontado como um dos poderosos do governo, Ricardo França é irmão da senhora Rejane de França da Silva.

A senhora Rejane de França da Silva é casada com o coronel do Exército George Feres Kanaan.

Como o próprio nome indica, o coronel é irmão da secretária de Saúde, que também é casada com um militar.
Está tudo em família.
A militarização da Saúde foi pensada pelo civil Ricardo França, um condenado da Justiça que dá as cartas no governo Cameli.
Realmente ninguém vem para o Acre impunemente.