Há uma ebulição no Instituto Socioeducativo do Acre (ISE).
O medo de perder o emprego tem tirado o sono de 250 agentes socioeducativos.
Isso não deveria estar acontecendo, pois esses funcionários contam com o apoio legal para se manterem no emprego.
Só que há pressão.
Há ameaça.
Há interesses políticos em jogo.
O Sistema de Segurança Pública do acreano tem se tornado um aparelho politico do grupo liderado pelo vice-governador Wherles Rocha (PSDB).
Os funcionários ameaçados de perder o emprego estão amparados no próprio edital, lançado no fim de 2016, que estabeleceu regras para o processo seletivo simplificado para contratação temporária.
No edital, no item 1.4, está escrito que a validade do processo seria de dois anos, sendo prorrogado por mais dois anos.
Não há outra explicação que não seja a perseguição política para justificar as possíveis demissões.
Em grupos de WhatsApp dos agentes socioeducativos a ingerência política fica patente, quando o vice-presidente do Sindicato do Agente Socioeducativo (Sintase), Daniel Cavalcante, relata a reunião que teve com um dos homens de confiança do vice-governador, o policial militar Joelson Dias.
“No decorrer da semana as providências jurídicas e articulações políticas não param. Na próxima semana já temos uma reunião com o vice-governador”.
Mais claro, impossível.
O Sintase está longe da preocupação real com os interesses dos funcionários.
Daniel Cavalcante foi nomeado diretor-excutivo do ISE, com o salário superior a R$ 14 mil.
O presidente da entidade, Willisson Viana Barbosa, virou chefe de departamento, com salario beirando os R$ 10 mil.
O diretor-presidente do ISE, Rogério Silva, chegou ao cargo por meio do vice-governador.
Diante de tanta confusão, seria o caso de o Ministério Público Estadual entrar no caso, pois há fortes indícios de coação política e de improbidade administrativa.