Somente quem desconhece a rivalidade histórica entre os dois estados fala sobre “rondonizar” o Acre.
O discurso trazido pelo dono de cemitério Paulo Salvador Wadt e incorporado pelos seus chefe, Cameli e o major, não caiu bem entre os produtores acreanos.
Em reunião com os empresários, Cameli teve que ouvir todo o descontentamento com essa história.
De microfone em mãos, o pecuarista Jorge Moura olhou para Cameli e disse: “O seu secretário não passa da porteira da minha fazenda”.
E arrematou: “O senhor pode até me convencer a deixar ele entrar, mas eu não tenho como convencer à minha família”.
Na plateia, Wadt foi obrigado a ouvir uma metralhadora de críticas por estar querendo privatizar os silos graneleiros construídos pelo governo do Estado e cedido aos produtores.
Fraquejando, Cameli revelou que a privatização foi mais uma das suas muito determinações, mas poderia rever a situação.
Sobre a “rondonização”, Jorge Moura disse que pode até aprender alguma coisa, mas sabe o suficiente para não precisar ser “rondonizado”.
Por ironia, foi na fazenda de Moura que Cameli anunciou a abertura do Acre para a sua forma de desenvolvimento, para o agronegócio.
Em meio ao plantio de soja incentivado no governo Tião Viana, Cameli comemorou como se dele fosse o trabalho.
O que se viu na reunião de hoje não é animador. Muitos empresários revelaram que não pretendem entrar na história de plantar soja.
Sem apoio dos produtores, Wadt balança no cargo. Torce para os irmãos Rocha manter a palavra e usar da força para lhe sustentar.
Secretário que não pode entrar nas áreas dos produtores tem tudo para ser enterrado rapidamente.