Dentro de uma semana, na próxima segunda-feira, já saberemos quem serão os prefeitos de vinte e um municípios acreanos.
Digo vinte e um porque dificilmente Rio Branco não terá disputa no segundo turno.
Mas não quero falar sobre eleição hoje.
Esse é um assunto que ainda falaremos muito.
Quero falar sobre a aquisição de um carro blindado para transportar o governador.
O contribuinte acreano pagará trezentos e setenta e dois mil reais pelo possante.
Essa não é a primeira vez que um governador usa carro com blindagem.
Jorge Viana usou em situação diferente.
Jorge Viana enfrentou o Esquadrão da Morte e realmente sofreu todos os tipos de ameaças.
Quanto a Gladson, não se tem notícias de que tenha sido ameaçado.
O que há são muitas ilações.
Ilações alimentadas pelo próprio governador.
Ao site de propriedade de familiares da sua secretária de Comunicação, Gladson teria dito:
- Não posso me arriscar.
A mesma matéria diz que a equipe de segurança do governador recebeu indicio de que haveria supostas ameaças contra a vida do governador.
Veja bem: indícios e supostas, nada concreto.
Não disseram nem se investigação foi aberta.
O curioso é que o mesmo site publicou que a Policial Civil encontrou aparato eletrônico na casa de policial militar lotado no gabinete do vice-governador Wherles Rocha.
Esses equipamentos seriam utilizados para propagar fake news contra adversários políticos.
Você entendeu a liga que querem dar?
Não há verbalização concretas, mas esse tipo de notícia induz a pensar que o vice-governador estaria tramando contra a vida do governador.
O site da família da secretaria de Comunicação lembra até o assassinato do governador Edmundo Pinto, em 1992.
Que a guerra entre os dois está a cada dia mais acirrada, não resta dúvidas.
Mas eu não creio que seja do feitio de Rocha atentar contra a vida de ninguém.
Ele é ambicioso, gosta do poder, mas está longe ser assassino.
É o que penso.
E não tenho motivo para defendê-lo.
Muito pelo contrário.
Por isso, acho que essas ilações são perigosas e podem trazem sérios problemas institucionais.
Onde já se viu, um governador passar a impressão ao público que pode ser alvo do seu vice?
Foi nesse tipo de mudança que a população apostou?
Em vinte anos, alguém ouviu falar entre conflito de Jorge Viana, Binho Marques e Tião Viana com os seus vices?
Que o casamento politico entre os dois não daria certo, todos sabiam.
Casaram por pura conveniência.
O rompimento era esperado.
Agora, insinuar que há risco de ser assassinado, parece demais.
A compra desse veículo parece muito mais boçalidade do que necessidade.
Não há motivo aparente.
O governo Gladson Cameli nem se empenhou para combater o crime organizado.
Na maioria dos bairros de Rio Branco quem dita as regras são as organizações criminosas, com a complacências dos órgãos de segurança.
Há muito tempo o estado acreano perdeu o monopólio da força.
Os cidadãos e cidadãs confiam muito mais no poder dos criminosos do que na policia para resolver os seus problemas.
Nas região do centro da capital e na periferia praticamente todos os comerciantes pagam por proteção dos criminosos.
E o poder público sabe disso.
Ora, se não quis brigar com as facções, o que teme Gladson Cameli?
Em vez de alimentar interpretações maldosas, ele deveria ser mais claro.
Afinal, ainda terá que conviver por mais dois anos com o seu vice, queira ou não queira.
E pensar que Gladson disse que foi buscar um especialista para cuidar da segurança dos acreanos….
Fui…..