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Terror na Fazenda – Auditores fiscais sob suspeita; diretora diz que Cameli mandou trocar servidores dos postos fiscais

Lotado no Posto Fiscal da Tucandeira, na divisa do Acre com Rondônia, o auditor fiscal da Fazenda Estadual e ex-deputado Luiz Calixto escreveu no seu perfil no Facebook: “Último voo”.

Fez a postagem antes de embarcar no ônibus para ir trabalhar.

Havia uma mensagem subliminar no texto. E o Portal do Rosas foi atrás de saber o que era.

E descobriu.

Uma ordem supostamente vinda de Gladson Cameli tem causado um clima de terror na Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz).

Tudo porque a diretora da secretaria Wanessa Brandão comunicou aos servidores o que seria uma determinação do governador.

É uma determinação que põe em xeque a honestidade dos auditores fiscais.

Cameli, segundo a diretora, determinou a substituição de todos os auditores que trabalham nos Postos Fiscais Tucandeira, na divisa com Rondônia; Pica-Pau, na divisa com o Amazonas; Correios, na Via Verde, e Central de Atendimento às Transportadoras, no bairro Corrente.

A medida foi tomada porque um empresário não identificado teria denunciado supostas irregularidades nessas localidades.

O recado transmitido pela diretora, que também é auditora da Receita do Estado e foi alçada ao cargo por ser egressa do Tribunal de Contas do Estado, incomodou à toda categoria.

Segundo fonte do Portal, é atitude típica de quem faz qualquer coisa para permanecer no cargo, pois agride aos servidores.

“Há servidores que há mais de 30 anos estão trabalhando nos Postos Fiscais e demais setores do Fisco. São pessoas que trabalham com presteza e dedicação”, explica.

Esses servidores devem requerer as aposentadorias, pois têm tempo de serviço e idade suficientes.

“Joga-se o trabalho de toda uma categoria na lama e compromete-se a saúde financeira do Estado”, alerta.

Substituições – As substituições dos servidores serão realizadas, coincidentemente e predominantemente, por auditores que ocupavam cargos de chefias na gestão anterior, membros do sindicato do Fisco e auditores mais antigos que se encontram lotados na sede da Sefaz.

Além disso, haverá uma redução do número de auditores no Posto Fiscal Tucandeira, que passará a contar com apenas dois auditores por plantão de 24 horas.

Até maio deste ano eram três auditores, número considerado insuficiente para fazer o mínimo necessário.

Em outras épocas, o Tucandeira, dada a sua posição estratégica, chegou a contar com seis ou mais auditores para cada plantão de 24 horas.

O Tucandeira tem estrutura precária: a balança para aferir o peso das cargas está quebrada e sem perspectiva de conserto, o número de policiais é insuficiente para dar segurança aos servidores “e, agora, o governo age para terminar de sucatear, quando se esperava investimentos para melhoria dos serviços”.

Segundo a fonte, os auditores defendem que toda e qualquer irregularidade seja devidamente investigada e, caso identificados atos irregulares, que os culpados sejam punidos.

“Mas, não admitem que denúncias vazias, genéricas, vindas de pessoas que provavelmente tiveram seus interesses contrariados pela fiscalização ou de sonegadores incomodados com o trabalho que vem sendo realizado, possam servir de base para tais atitudes”.

Na opinião da fonte, se o governador estiver agindo “emprenhado” por sonegadores ou desorientados por seus assessores – que são piada nas outras Secretarias de Fazenda do País -, não destoa da realidade que se encontram os demais serviços do Estado, onde predomina o desgoverno.

De acordo com a fonte, há muitos anos todas as notas fiscais eletrônicas emitidas para pessoas físicas ou jurídicas do Estado do Acre ou por contribuintes do Estado são encaminhadas para o banco de dados da Sefaz.

“Não há qualquer chance de irregularidades, dado que periodicamente são emitidas notificações do ICMS”, explica.

Desconfiança – Os auditores desconfiam que a intenção verdadeira é outra.

Por se tratar de época de menos chuvas, quando as estradas passam a oferecer maiores e melhores condições de trafegabilidade para cargas, a substituição de auditores experientes por auditores menos experientes na fiscalização de trânsito de mercadorias e nos postos fiscais visa impedir que se possa efetuar uma fiscalização com maior efetividade sobre as mercadorias destinadas ao Juruá.

Alguns auditores relatam que, por diversas vezes em anos anteriores, representantes dos empresários parabenizaram os auditores e demais servidores da Sefaz pelos trabalhos realizados sem quaisquer indícios de irregularidades.

“É lamentável que o governador aja com tamanha irresponsabilidade diante daqueles servidores que são os maiores responsáveis por colocar nos cofres públicos os recursos que os cidadãos deixam nos estabelecimentos comerciais do Estado”, finaliza.

Os auditores fiscais devem se reunir em assembleia para se posicionar publicamente.

Quanto a Luiz Calixto, há rumores de que ocupará uma diretoria estratégica ou irá para o Posto Pica-pau.

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