O Acre é uma festa.
Acossado pela Superior Tribunal de Justiça (STJ), que lhe classificou como o regente de uma Organização Criminosa (Orcrim), o governador Gladson Cameli (Progressistas) tratou de mudar de ares e de clima.
Sob a desculpa de que iria participar da 110ª Conferência Internacional do Trabalho, Cameli embarcou com um mini trem da alegria na a gelada Genebra, na Suíça.
Oficialmente, o evento teve início no dia 27 de maior, com encerramento no próximo dia 11.
Gladson Cameli e a sua turma não saíram com uma agenda definida. Deram a impressão de foram por ir mesmo, como se aproveitassem um passeio internacional às custas do erário.
Como se o Acre fosse uma Suíça tropical, Cameli ficará ausente quase duas semanas, sem levar ou trazer na bagagem algo de concreto.
O Acre é, proporcionalmente, o quinto estado com o maior índice de desemprego no país. É o primeiro na Região Norte, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mas, ignorando a realidade, o governador finge que nada é com ele. Passa a maior parte do tempo passeando, brincando e dançando, enquanto a miséria só aumenta.
Gladson Cameli alegou que viajou para discutir a geração de empregos no Acre, mesmo tendo trabalhado muito para travar a economia acreana.
É bom ele ficar atento porque, pela decisão da Corte Especial do STJ da semana passada, que lhe chamou de regente de Orcrim, há grandes possibilidade de ele ficar desempregado.
Trata-se de um governador chamado pelos próprios assessores de Forrest Gump, personagem com deficiência cognitiva brilhantemente interpretado por Tom Hanks, mas que vive de contar histórias.
Cameli não é bom de contar histórias. É cheio de estórias. Essa de debater empregos em terras suíças é mais um delas.
Como tanto o vice-governador Wherles Rocha quanto o presidente da Assembleia Legislativa, Nicolau Júnior, evitam a assumir, o Acre terá como governadora nos próximos dias a desembargadora Waldirene Cordeiro, presidente do Tribunal de Justiça.