Virou farofa de farinha puba a relação de Gladson Cameli com o vice-governador Wherles Rocha (PSDB).
As coisas vêm azedando há muito tempo, mas caminha para chegar ao nível de um não conseguir engolir o outro.
O azedume ficou maior por conta de uma mexida politica protagonizada por Rocha na cozinha de Cameli: Cruzeiro do Sul.
Aproveitando-se da pouca presença do governador na sua terra natal, o vice-governador se aproximou do ex-prefeito Vagner Sales (MDB) para fazer uma mistura politica de tucanos e medebistas, isolando Cameli.
A imprensa trouxe a notícia de que o PSDB de Rocha irá indicar o candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada por Fagner Sales, filho de Vagner.
Fato curioso é que o atual prefeito Ilderlei Cordeiro (PP) caminha com a cabeça para a guilhotina da Justiça Eleitoral justamente porque o atual vice-governador e Sales eram oponentes nas eleições de 2016.
Foi o PSDB de Rocha, que na época tinha o professor Henrique Afonso como candidato, quem formalizou a denúncia contra Cordeiro por tentativa de compra de candidaturas tucanas a vereador.
Vagner Sales foi flagrado por meio de gravação tentando fazer a negociação.
Mas voltando ao isolamento de Cameli.
Há poucas semana, Gladson anunciou que apoiaria a candidatura do atual vice-prefeito Zequinha Lima para prefeito, apesar de o mesmo poder seguir o mesmo destino de Cordeiro e torna-se inelegível por oito anos.
É inegável que o governador está fragilizado politicamente porque é diariamente minado por sua incapacidade de liderar e, consequentemente, pelas ambições politicas dos seus próprios aliados.
Mas Gladson tem a caneta. E fez o uso dela para demonstrar a insatisfação. Ao ver a aliança, tratou de exonerar o irmão de Vagner, Marcos Sales, da direção do Deracre no município.
Para dirigir o órgão, o governador nomeou o seu ex-motorista Antonio Luciano de Oliveira, acreditando que o Deracre terá uma direção segura.
O que ocorre em Cruzeiro do Sul é apenas uma peça no complicado quebra-cabeça montado, principalmente pela gula de poder manifestada por Wherles Rocha.
Para vice em Cruzeiro do Sul, por exemplo, indicou o ainda petista Luiz da Papyrus, que havia sido o responsável pela apresentação da candidatura do empresário Neto da Cohab a prefeito.
Neto da Cohab saiu da disputa para cuidar dos seus negócios particulares. O coronavírus ajudou na decisão.
O mesmo Rocha que se aproxima do MDB na segunda maior cidade do Acre é o que lança guerra aberta contra o medebista Mazinho Serafim, em Sena Madureira, e nem pensa em retirar a candidatura do professor Minoru Kinpara, em Rio Branco.
Gladson Cameli, certamente, não deixará o isolamento barato. Iniciou uma aproximação com a prefeita de Rio Branco, Socorro Neri (PSB) e com o senador Sérgio Petecão (PSD).
Cameli ainda deve jogar farinha no ventilador.
Não é descartada a candidatura do ex-vice-governador César Messias em Cruzeiro do Sul.
Haja jacuba!