Quando confrontado com fato de o vice-governador Wherles Rocha (PSDB) ter ficado sabendo pelo Diário Oficial que dois homens da sua confiança foram apeados de cargos estratégicos da Segurança Pública, o governador Gladson Cameli fez a opção de sair pela tangente, terceirizando a sua responsabilidade.
Palavras dele: “Pensei que o Paulo Cézar havia avisado a ele. Mas essas mudanças continuarão”.
O Paulo Cézar mencionado é o coronel da Polícia Militar convidado por Rocha para ser secretário de Segurança Pública.
Paulo Cézar, aliás, parece que também foi surpreendido com as exonerações de Robelson Dias e Abrahão Púpio dos cargos de diretor e chefe de departamento, respectivamente.
É tanto que, ao ser indagado, respondeu: “A princípio eu não sabia de nada. Soube pelo Diário Oficial. Vou me reunir com o governador ainda e perguntá-lo sobre essas mudanças”.
Ora, se ele não sabia, como poderia ter avisado a Rocha?
Paulo Cézar é reconhecido como um ótimo policial, mas parece ter sido escalado para o time errado, na hora errada.
Se o secretário não sabe o que acontece na sua secretária, como vai encontrar os criminosos?
É claro que o secretário não sabia. Gladson agiu em retaliação ao seu vice-governador, está chateado com as movimentações políticas de Rocha. É tanto que declarou: “O povo fica falando que o MDB e o PSDB estão fazendo aliança em todos os municípios, eu digo sigam e boa sorte. Eles se movimentam de um lado e eu me movimento por outro. É um direito de cada um, não vou aceitar ficar com a faca no pescoço por isso”.
Paulo Cézar entende de polícia, mas as demissões são coisas da política.
Será que o próprio Gladson não poderia ter informado Rocha sobre as exonerações?
Se não o fez, seria por medo?
Só falta o “Determinador” determinar o retorno da dupla.