Terça-feira, este Portal trouxe a público que o anunciado negócio milionário da venda da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) para um suposto grupo chinês poderia ser um negócio para inglês ver. Veja aqui.
Tudo porque a empresa acreana “vendida” como chinesa China Haiyng do Brasil não honrou o compromisso de pagar a primeira parcela de R$ 1,5 milhão e pediu prazo para arcar com o pagamento.
A ZPE foi vendida por mais de R$ 25 milhões.
A empresa nunca foi chinesa.
Foi registrada na Junta Comercial do Acre e está instalada na Rua Marechal Deodoro, em Rio Branco, com uma filial em Porto Velho (RO).
Após a matéria publicada neste espinhoso Portal, outros sites reproduziram, sem, é claro, darem o crédito.
Após o indicio de calote ter vindo a público, os membros do governo passaram a falar idiomas diferentes.
Passaram a falar mandarim.
O secretário de Ciência, Indústria e Tecnologia, Anderson Abreu, criou uma história pouco crível de que o pagamento ainda não foi feito porque há trâmite burocrático com a Embaixada Chinesa.
A pergunta: o que tem a ver a Embaixada com o negócio de uma empresa criada e instalada no Acre?
Abreu, de forma sutil, confirma o não pagamento.
Segundo matéria publicada em site local, o secretário acrescentou que conversou com os representantes do Grupo Haiying e recebeu deles a garantia de pagamento nos próximos 30 dias.
Frase do secretário: “É a apenas questão burocrática com a Embaixada. Recebi os representantes da empresa e eles garantiram cumprir o acordo”.
Anderson Abreu, segundo fonte, levou uma chamada em português mesmo do seu sobrinho, quem vem a ser o governador Gladson Cameli.
Mostrando que não fala o mesmo idioma do tio, Cameli declarou a outro site, que funciona de forma informal como porta-voz do governo, que o contrato pode ser reincidido.
“Se eles não pagaram, então vamos cancelar o contrato, eu estou sabendo porque estão me falando. Eu não vou aceitar calote, se não querem, tem quem queira”, declarou.
O problema é acreditar na palavra do governador falando em português.
Em mandarim é que ninguém entende mesmo.
É bom abrir os olhos. Esse negócio está longe de ser da China.