PORONGA – É melhor os derrotados não perderem tempo procurando culpados pela derrota; a turma que está no poder passou 20 anos na peia sem fugir da luta

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Durante anos eu escrevi a coluna Poronga no jornal Página 20.

Mesmo tendo saído, meu amigo Elson Dantas me presenteou com o nome da coluna.

A Poronga está de volta.

Essa é a primeira porongada depois de muitos anos.

A primeira também em formato de video.

Vamos lá?

Com os resultados das eleições conhecidos, confirmando a vitória esmagadora da direita e da extrema-direita de ponta a ponta do Acre, o que não falta é gente apontado os culpados pelas derrotas.

 

O natural seria elogiar os vencedores, mas não é assim que a banda toca.

 

Mesmo sendo um chefe de organização criminosa que roubou dinheiro público, o governador Gladson Dançarino Cameli foi um maior vitorioso de tudo.

 

Numa prova de que a população está pouco preocupada com corrupção e com o corrupto de direita.

Dançarino Cameli pavimentou a sua caminhada para disputar o Senado e só não chegará se a justiça impedir.

Sim, ele é réu no STJ e este mês o processo terá novidade.

 

Continuo apostando na sua inegebilidade.

Goste dele ou não – sou da turma que não gosta – o senador Marcio Bittar garantiu, em tese, uma possibilidade de disputar, com chance, a reeleição.

 

Bittar nacionalizou o debate, colando na figura do inelegível Bolsonaro, e se deu bem.

 

Rio Branco é a maior das batalhas.

Aqui, o Dançarino Cameli cravou uma cunha nas pretenções futuras do prefeito reeleito Tião Malvadeza Bocalom.

 

Essa cunha atende pelo nome de Alysson Bestene.

 

Todos os futuro passos do Malvadeza Bocalom estão condicionados a postura de Bestene, que é leal ao governador.

 

A turma que procura culpa pela derrota de Marcus Alexandre acha culpado em todos os lados, menos no candidato.

 

Vou lembrar que em 2018, quando concorreu ao governo pelo PT, Marcus Alexandre teve 34,54% dos votos.

Em Rio Branco o percentual foi de 32,11%

Ele era do PT.

 

Nas eleições deste ano, Marcus Alexandre migrou para o MDB.

Obteve 34,77% dos votos.

Os números falam por si.

 

A mudança de partido teve pouca serventia.

Jamais culparia o candidato pela derrota, embora considere que ele teve alguns equívocos.

 

O principal foi não se comportar como uma oposição real e firme.

 

O Marcus poderia ter dito o seguinte: trabalhei nos governos do PT, fui eleito e reeleito pelo PT. Sou muito grato, mas estou noutro momento da minha vida.

 

E faria um desafio: quem no Acre fez mais dos que os governadores Jorge Viana, Binho Marques e Tião Viana?

 

Quem fez mais em Rio Branco do que Jorge Viana, Raimundo Angelim e eu?

Outro falha do candidato: acreditar no politico em fim de carreira Sérgio Petecão.

 

O senador colocou uma âncora puxando para baixo chamado Marfisa Galvão na chapa do mdbista.

 

Mudar de partido muita gente muda.

 

Até os adversários de Marcus Alexandre.

Não se esconde o passado.

Que fique a lição para os próximos embates.

O Marcus foi atropelado pela corrupção acelerada da máquinas pública, pela aliança despudorada com organizações criminosas e pelos púlpitos de igrejas transformados em palanques políticos.

 

Marcus entrou na política porque a máquina do governador Tião Viana atropelou a chapa Bocalom e Alysson em 2012.

Doze anos depois os papeis se inverteram.

Assim é a política…

Essa e a triste realidade.

Quem perde não tem que procurar culpados externos.

Os problemas estão dentro de casa.

Lembro que essa turma que hoje está no poder passou 20 anos perdendo eleições estaduais.

E outros 16 anos em eleições na capital.

O PT e os seus aliados também tiveram os seus momentos de apogeu.

A diferença é que os derrotados do passado nunca saíram da luta.

Continuaram combatendo.

Coisa que não aconteceu com a maioria daqueles que orbitaram o poder até 2018.

Sabe o que é patético?

Ainda tem gente dizendo que a culpa é do PT.

Fui!

Vida que segue.

Um forte abraço e um cheiro do Rosas.


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