HomeEspinho e a PolíticaOrganizações criminosas podem influenciar nas eleições municipais de 2020

Organizações criminosas podem influenciar nas eleições municipais de 2020

A cada eleição, o que se vê é uma preocupação com muitos fatores, mas a Justiça Eleitoral e os demais atores envolvidos parecem vendar os olhos para um inimigo presente ativamente no processo eleitoral nas últimas eleições: as organizações criminosas.

Hoje, no Acre, essas organizações ditam as regras nos bairros, principalmente na capital, influenciando diretamente no resultado das eleições.

Há relatos de que nas eleições do ano passado candidatos proporcionais e majoritários só entravam em algumas localidades com a autorização expressa dos líderes.

Rio Branco, a maior cidade do Acre, tem boa parte dos eleitores concentrada em aéreas onde predomina o poder das facções.

Outros negociaram apoio com essas lideranças do crime em troca de voto.

“Alguns traficantes não queriam nem dinheiro. Pediam cestas básicas para distribuir à comunidade”, relata uma fonte.

São localidades que se constituem em algo semelhante aos famosos currais eleitorais, que eram mantidos por políticos tradicionais até o fim da década de 1980.

A regra atual é imposta pelo tráfico, que determina o silêncio e a conivência com o ilícito, sobe pena de resultar em morte ou expulsão das suas casas.

É inegável que a capacidade e o poder dessas organizações de influenciarem no resultado eleitoral são estupendos.

Essa é uma questão seríssima, haja vista que essas organizações terminam sendo legitimadas pelo voto, maculam à democracia e deixam o poder do Estado reduzido.

Eleições de 2018 – Nas eleições de 2018, em vários estados, as autoridades estaduais e federais brasileiras tinham indícios de que as facções criminosas agiam para tentar influenciar o processo eleitoral.

Eram, inicialmente, em pelo menos nove estados, inclusive no Acre.

Os indícios no Acre se confirmaram. Nos demais estados também.

Os criminosos agiram por meio do financiamento ilegal de candidatos ou partidos, candidaturas de integrantes de facções ou de pessoas ligadas a elas.

Também coagiram eleitores a votar em candidatos apoiados por elas.

Criadas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, as duas principais organizações expandiram os seus negócios para o interior do Brasil, a partir de 2017.

Elas se regionalizaram e adquiriram adeptos no Norte e Nordeste. O crime organizado gerou uma nova dinâmica do crime.

O que se pode constatar é que os crimes refletem o poder crescente dos grupos criminosos que atuam principalmente no mercado das drogas ilícitas.

O problema das facções ganhou relevância nacional em 2016 após o fim da aliança entre as duas maiores organizações.

O rompimento entre as facções, que se expandiram silenciosamente para vários Estados durante anos sem a devida atenção das autoridades, trouxe a reboque uma série de rebeliões e massacres em presídios, além de violência nas ruas de cidades do Norte e Nordeste.

Esse rompimento se deu após a execução do traficante Jorge Rafat, chamado de o “Rei da Fronteira, em 2016. De lá para cá, a violência só cresceu.

Estamos a um ano das eleições que elegerá prefeitos e vereadores. A Justiça Eleitoral e as forças de segurança ainda podem impedir que o resultado que sairá das urnas não seja manchado pelo sangue espalhado pelos criminosos.

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