HomeOpiniãoOnde tem fumaça…

Onde tem fumaça…

Por Irailton L Sousa

Depois da famigerada Lava Jato, da G7 e do escandaloso caso do Reitor Cancellier, em que injustiças em série foram cometidas, não sou de bater palmas para operações da PF. Essa última, OPERAÇÃO PTOLOMEU, porém, tendo partido de decisões do próprio STJ, indica que situações graves estão em investigação. 

Não é de hoje que se comenta nos bastidores da política a existência de sérios indícios de mal feitos com recursos públicos envolvendo empresas e administradores do governo estadual. No caso da operação atual, vejamos o desenrolar dos fatos.

A verdade é que esse governo tem sido pródigo em escândalos de corrupção – e são apenas três anos no poder.

Vejamos alguns casos, deixando de falar do que veio à tona agora com a Ptolomeu: o ex-procurador geral do Estado e assessor do próprio governador denunciou a existência de um esquema no pagamento de precatórios envolvendo pessoas poderosas; investigações em curso dão conta da existência de esquema de desvios na educação com recursos da merenda escolar e na compra de computadores; na saúde, a PF está investigando possíveis desvios de recursos nos serviços de limpeza do INTO, na publicidade da COVID e no hospital de campanha de Cruzeiro do Sul. Investigações em curso apontam, ainda, sérias suspeitas em contratos de obras; um presidente do DEPASA foi afastado por corrupção já nos primeiros meses desse governo.

Há que se mencionar as suspeitíssimas caronas assumidas de contratos do Amazonas e de Goiás, que assustam pela quantidade e, principalmente, pela montanha de recursos envolvidos. Aliás, essa aversão do governo em realizar licitações, preferindo pegar carona em concorrências realizada em outros estados, tem deixado nosso empresariado muito contrariado, afinal, grande parte da iniciativa privada acreana sobrevive das compras públicas. 

O fato é que, mesmo se esforçando para mostrar o contrário, a profusão de casos indica que o governo Gladson tem sérios problemas internos na questão da corrupção. E o próprio vice-governador, Major Rocha, faz questão de exaltar isso a todo momento. 

Não fosse o fato em si da corrupção como uma velha chaga da vida pública acreana, é especialmente grave que isso tudo venha acontecendo no exato momento em que dezenas, se não centenas, de milhares de famílias acreanas estão passando fome. 

E esse governo se elegeu com o discurso lavajatista de combate à corrupção. Prometeu também um tal “choque de gestão”.

Pelo que se viu até aqui não entregou nem uma coisa e nem outra. Por enquanto, segue sustentado pelo vazio discurso do antipetismo e pelo carisma pessoal do governador. O problema, para o governo, é que isso não distrai plateia o tempo todo e nem enche barriga. Uma hora a blindagem cai.

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