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Números não mentem: Gladson abandonou a noiva no altar; resultado em Rio Branco confirma força de Petecão

As urnas em Rio Branco confirmaram, mais uma vez : Sérgio Petecão sabe fazer campanha, conhece o sentimento e o valor do eleitorado.

O senador pode ser chamado, sem tom pejorativo, de o Rei da Capital.

Demonstrou a capacidade de transferir votos.

O nome e a foto na urna era do eterno candidato Tião Bocalom, mas o maestro foi Petecão.

O senador deu tom da campanha.

Ele bancou a candidatura do homem da vaca mecânica, escondeu o discurso de ódio e pôs carrancudo Bocalom para pular feito um macaco de auditório.

O resultado foram os quase cinquenta por cento de votos.

Bocalom não foi eleito em primeiro turno por uma raspinha do tacho.

Sérgio Petecão saiu das eleições maior do que entrou.

Ganhou em praticamente todos os municípios onde meteu a mão.

Tornou-se o principal adversário do atual governador daqui a dois anos.

Adversária de Tião Bocalom no segundo turno, a prefeita Socorro Neri dificilmente conseguirá tirar a diferença do seu oponente em apenas quatorze dias de campanha.

Socorro Neri cometeu o mesmo erro que milhares de acreanos cometeram: confiar na palavra do governador Gladson Cameli.

Na reta final de campanha, ficou nítido que, com os números em mãos, o governador se comportou como noivo infiel.

Ele largou a noiva no altar.

Se com o dito apoio do governador, a prefeita teve pouco mais de vinte e dois por cento dos votos, imagine se ele não tivesse apoiado.

Agora, no segundo turno, vai ficar ainda mais difícil.

Terá o governador coragem de peitar o candidato do seu partido.

Sei não, acho que a noiva ficará sozinha.

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Ainda sobre a eleição em Rio Branco, o professor Minoru Kinpara percebeu o quanto a história é cruel com quem abandona as suas convicções.

Kinpara pensava que teria a mesma votação que teve quando concorreu ao Senado, há dois anos.

Para isso, se aliou com tudo o que sempre abominou quando era de esquerda.

Filiou-se ao PSDB, partido que massacrou as universidades públicas, e se aliou com o PSL, legenda de extrema-direita, que elegeu Jair Bolsonaro.

O eleitorado de Minoru era outro.

Só ele não sabia.

Quem naufragou com o reitor foram os irmãos Wherles e Mara Rocha.

Os Rocha viraram piçarra.

O vice-governador e a deputada federal superestimaram a sua força.

Deram com os burros n’água.

Não elegeram nem o irmão, que teve campanha milionária, a vereador.

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As urnas trouxeram muitas lições.

O mdebista Roberto Duarte viu que colar a sua imagem ao senador Marcio Bittar e ao presidente Jair Bolsonaro foi um grande erro.

Terá que buscar outro caminho.

A maioria dos candidatos no país que apostaram na onda conservadora se deu mal.

Duarte foi um deles.

Por fim, cabe um capitulo especial ao PT.

O partido que venceu as quatro últimas eleições na capital, murchou.

Não elegeu nem um vereador.

O PT terá que enfrentar um longa travessia no deserto.

Será necessário se reinventar para voltar a conquistar o coração dos eleitores.

O PT vem sofrendo um massacre midiático há anos.

Daniel Zen fez uma campanha bonita, pé no chão e dialogando com as pessoas.

Ele aceitou o desafio e cumpriu a missão com competência e militância.

Mas foi insuficiente.

Não se elege candidato majoritário sem um exército de candidatos proporcionais.

Há mais de vinte anos, o PT inovou para eleger Jorge Viana governador, numa grande aliança pelo Acre.

Talvez daqui a dois anos seja possível essa reinvenção.

Quem sabe até recompondo com antigos aliados.

O partido tem lideranças e legado.

Mas é preciso ter humildade e grandeza para recomeçar quase do zero.

A arrogância precede a ruina.

Por fim, ele canta ruim, mas o Roberto Duarte já se escalou para ser o cantor da balsa.

Fique com a voz do gaúcho.

Fui.

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vale a leitura