A política não perdoa a quem trai a sua própria biografia.
Ela é implacável com quem age assim.
Formado nas bases ideológicas do PT, o professor Minoru Kinpara ficou conhecido pela boa gestão à frente da Universidade Federal do Acre (Ufac).
Chegou à Reitoria da instituição de ensino superior com o apoio das forças progressistas, em particular dos petistas.
No cargo, contou com total apoio dos governos federal e estadual do PT.
Foi muito bem sucedido.
Só que o PT enveredou por caminhos pouco recomendando para quem se dizia um partido diferente.
De repente, tudo o que acontecia de errado na política nacional, a culpa recaia nos petistas.
Olhando a possibilidade de crescer na política, Kinpara tratou de se desfiliar do PT.
De maneira até coerente, filiou-se ao partido Rede, criado pela ex-senadora acreana Marina Silva.
Pela Rede, concorreu ao Senado e obteve uma excelente votação.
Os votos para o Senado fizeram-no acreditar que era uma liderança inconteste.
Lego engano.
Minoru Kinpara, o ex-petista que chegou a pedir a expulsão do então governador Jorge Viana por ter seu aproximado do PSDB, foi seduzido pelo vice-governador Wherles Rocha e acabou no ninho tucano para concorrer à prefeitura de Rio Branco.
Começou a disputa como favorito. Terminou a terceira posição.
Ficou provado que a traição à biografia não é perdoada, que o líder tinha pés de barro, que a sua votação foi o reflexo de uma situação politica diferenciada em 2018.
Agora, o ex-reitor caiu no colo do governador Gladson Cameli, o mesmo que chegou a lhe prometer a Secretaria de Estado de Educação, mas não entregou.
Antes de se abraçar com Cameli, Kinpara conversou com o Senado Sérgio Petecão (PSD). Queria apoio para o Senado. Recebeu um sonoro não.
“Se o senhor quiser ser candidato a deputado federal, pode contar comigo”, teria dito Petecão.
Gladson Cameli nomeou a esposa de Minoru, Degmar Ferreti, para comandar o Instituto de Mudanças Climática do Acre.
O clima politico para o ex-reitor não vai mudar em nada, pois ele também virou as costas para Wherles Rocha, que brigou com meio mundo para defender à sua candidatura a prefeito.
A deputada federal Mara Rocha declarou o seguinte: “O homem e seu preço. Nem esquerda, nem direita. Ficou muito claro que não existe uma identidade e sim oportunismo. Esperei sair no diário oficial para me manifestar, pois não estava acreditando em tamanha ingratidão. Estou muito decepcionada com o professor Minoru Kinpara, em apoiar a reeleição do governador Gladson Cameli que tanto trabalhou contra a candidatura dele à prefeitura de Rio Branco”