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Instituto Mulheres da Amazônia lança campanha nacional de prevenção e enfrentamento à violência contra a mulher

Carta aberta à sociedade brasileira,

Nós, do Instituto Mulheres da Amazônia, IMA, viemos a público lançar a campanha nacional de prevenção e enfrentamento à violência contra a mulher: “BRASIL, campeão em feminicídio: ESSE TÍTULO EU NÃO QUERO!”. Campanha que surge no calor das mobilizações em relação à vinda do goleiro Bruno pelo Rio Branco Futebol Clube. Bruno foi contratado para assumir uma posição na qual se torna ídolo para grande parte da população, devido à importância do futebol na sociedade brasileira, sem que tal goleiro tenha feito a fundamental reparação de sua violência patriarcal. Ao contrário, fez até uma propaganda para um canil, posando ao lado de um cachorro (raça: american bully, similar ao pitbull) em alusão à crueldade de seu ato de violência.

Essa situação, por si só tão absurda, causa maior indignação quando lembramos que o Acre é o estado que lidera o ranking nacional de feminicídio e que teve, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), um aumento de 300% de casos durante a pandemia.

A falta de conscientização e reparação, lado a lado com a naturalização e glorificação da violência contra mulher, elementos por nós considerados extremamente graves, levaram ao encontro entre o Instituto Mulheres da Amazônia – IMA, o Conselho Nacional de Ouvidorias das Defensorias Públicas dos Estados – CONOUV/DPE e a Associação Nacional de Torcidas Organizadas – ANATORG. Juntes, unimos forças para promover uma campanha nacional acerca dos fatores que levam à violência contra a mulher, justamente por entendermos que se trata de um problema social construído ao longo de nossa história e que não pode se restringir ao sistema penal, mas precisa ser enfrentado por toda a sociedade de forma educativa.

Comprometides em conquistar o engajamento da sociedade para o êxito da campanha, construímos um projeto educacional de longa duração e de comunicação intensiva – ao longo do 2º semestre produziremos conteúdos semanalmente em nossas redes sociais. Por não acreditarmos na individualização da culpa e nem na redução do problema ao dualismo “vítima X opressor”, nosso conteúdo será voltado à toda a sociedade, porque a masculinidade tóxica atinge a todes – homens e mulheres, cis e transvestigêneres, não-bináries, intersexuais; crianças, jovens, adultos e idosos.

O problema que atinge a nós, mulheres acreanas, não é só nosso: ninguém escapa das consequências de se viver em um país que ocupa o vergonhoso 5º lugar em mortes violentas de mulheres no mundo. Assim, transformamos nosso medo em união, nossa dor em resistência, nossas mortes em motivo para insistir na educação como caminho. A partir da última semana de agosto, começa a campanha: BRASIL, campeão em feminicídio: ESSE TÍTULO EU NÃO QUERO! Vem com a gente transformar esse país de violência e morte em um país de educação e vida, onde feminino e masculino se complementam e se unem no mesmo grito: #FeminicidaNãoMereceTorcida

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