O governo do Acre volta a faltar com a verdade.
Desta vez é sobre a geração de empregos nos meses de abril e maio deste ano.
Brigando contra as evidências, a economia estagnada, empresas cerrando as portas e o desemprego crescente, a Agência de Notícias do governo Oficial divulga que o Estado gerou 4.454 empregos nos meses de abril e maio.
A história é reforçada pelo secretário de Infraestrutura, Thiago Caetano, que foi às redes sociais para dizer: “Basta andar pela cidade…veremos obras acontecendo, construção de casas, comércio…”.
Talvez o secretário esteja certo, mas é óbvio que ele não fala sobre obras do governo.
Não fala porque o governo não foi capaz de fazer uma licitação em seis meses.
Preferiu aderir à uma ata de empresa de fora do Acre e vem realizando flerte escancarado com a ilegalidade.
Murano Construções é o nome da empresa do qual o governo de Gladson Cameli firmou compromisso superior a R$ 27 milhões.
Mas voltando à manipulação sobre a geração de empregos.
Mostrando, pela enésima vez, a ausência de compromisso com a senhora verdade, o governador fez coro à “estória”.
Na sua página no Facebook, Cameli grafou: “Agradecemos a confiança da classe empresarial nas políticas de impulsionamento da economia do nosso governo. A retomada de obras não terminadas, a renegociação de débitos, o pagamento de dívidas herdadas da gestão anterior e o enxugamento de despesas são fatores importantes para que possamos gerar emprego e renda para a população.
No Acre foram gerados 4.454 postos de trabalho entre abril e maio, uma notícia que me alegra enquanto gestor de um estado habitado por família que continuam acreditando na força do trabalho e da união”
Vamos ao que interessa.
É verdade que, realmente, foram gerados 4.454 empregos em abril e maio.
Mas é igualmente verdade que neste período aconteceram 3.706 demissões.
4.454 menos 3.706 é igual a 748.
748, portanto, foram os empregos gerados.
Esse número é irrisório.
Estamos em pleno verão amazônico, que é quando as coisas efetivamente acontecem.
O setor da construção civil, área afeita aos engenheiros Gladson Cameli e Thiago Caetano teve uma retração de menos 250 em abril.
Em abril e maio deste ano gerou somente 341 empregos, o que é muito pouco.
Esses poucos empregos, é bom que seja destacado, não refletem o trabalho do governo.
São números tímidos e sazonais. Se o Estado, como indutor da economia, continuar estático, a tendência é piorar.
Todos os números estão no Cadastro Geral de Empregos e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego (Caged).
Foram disponibilizados pelo Observatório do Desenvolvimento do Acre.
Cameli e o seu secretário têm que trabalhar e começar a falar a verdade.
Mês passado, dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o desemprego cresceu em 14 das 27 unidades da federação no 1º trimestre.
Na pesquisa, o Acre aparece como o terceiro estado que apresentou maior taxa de desemprego no país, com 18,0%.
O Acre só ficou atrás do Amapá (20,2%) e da Bahia (18,3%).
Esse é o governo sem visão do futuro.