No dia 4 de maio de 2006, a Polícia Federal deflagrou a Operação Sanguessuga.
Foram presas 48 pessoas e cumpridos 53 mandados de busca e apreensão.
Os envolvidos, porém, responderam aos processos em liberdade.
De acordo com estimativas feitas à época, o grupo movimentou R$ 110 milhões.
Auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Departamento Nacional de Auditoria do Ministério da Saúde (Denasus) estimou que a chamada Máfia das Ambulâncias causou um prejuízo de pelo menos R$ 15,5 milhões aos cofres públicos.
Para os auditores, houve superfaturamento em 70% dos convênios analisados.
Dentre os presos estava o assessor parlamentar Ricardo Augusto França da Silva, que trabalhava assessorando o então deputado federal João Tota.
Apesar de preso, porém, França da Silva continuou gozando de prestígio junto a políticos acreanos.
É tanto que assessorou o atual governador Gladson Cameli durante os seus mandatos de deputado federal e senador.
Ricardo Augusto França da Silva não é inocente. Tem condenação.
O processo número 2006.36.00.007574-0 corre em segredo de Justiça no Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
França da Silva conseguiu ficar livre da condenação por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Foi condenado, porém, por crime de corrupção passiva.
Segundo sentença disponibilizada na internet, ele, na condição de assessor parlamentar, percebeu vantagens indevidas pagas em virtude de sua atuação no processamento de recursos.
Esses recursos seriam de emendas parlamentares em benefícios de municípios e entidades de interesse de organização criminosa.
“O delito de corrupção passiva consuma-se com o efetivo recebimento de vantagem indevida pelo funcionário público”, explica a decisão do desembargador Ney Bello.
Segundo o desembargador, Ricardo França recebera vantagem indevida em pelo menos três oportunidades distintas.
Os valores recebidos podem ultrapassar R$ 1 milhão.
Mesmo condenado, segundo fonte do Portal do Rosas, Ricardo Augusto é um dos personagens com mais prestígio na administração de Gladson Cameli.
Foi trazido da Representação do Acre em Brasília para coordenar o gabinete do governador do Acre.
É apontado como o “padrinho” da secretária de Saúde, Mônica Kanaan.
Espera-se que não mexa com a ambulância.
Gladson Cameli deveria saber que à mulher de César não basta ser séria. Ela tem que parecer ser séria.
Colocar um condenado por corrupção para dar as cartas no governo não é exemplo de quem pretende ser sério.
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