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FALTA DE MORAL – Paralisação de obras na BR-364 retrata descaso do governo federal com o Acre e falta de prestígio de aliados do Bolsonaro

O texto será começado por uma ordem cronológica para  demonstrar o quanto o governador do Acre, Gladson Cameli (Progressistas) não goza de prestígio em nível nacional.

Revela também que a bancada federal, embora seja majoritariamente apoiadora do governo federal, não consegue obter recursos para contemplar a população acreana.

Trata-se de um texto que externa a despreocupação do presidente Jair Bolsonaro com o estado que lhe deu quase 80% dos votos no segundo turno das eleições de 2018.

Vamos à cronologia.

Em fevereiro deste ano, Gladson Cameli foi Brasília e, segundo divulgado na imprensa, recebeu a confirmação do diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit),  Antônio dos Santos Filho,  que o órgão iria assegura a manutenção e a trafegabilidade da BR-364, no trecho Rio Branco-Cruzeiro do Sul.

Gladson Cameli estava acompanhado de parlamentares federais, estaduais e municipais, prefeitos e representantes do setor produtivo.

A imprensa disse que Santos Filho informara que fora feita  licitação do projeto para obra definitiva na rodovia, mas, em virtude da falta de recursos necessários, isso ainda demandaria um tempo.

O chefão do Dnit teria assegurado a manutenção da rodovia, dizendo  que  dispunha de R$ 30 milhões para os serviços, que deveriam iniciar de imediato.

Já naquela reunião havia o cheiro de mentira no ar.

Os R$ 30 milhões foram liberados e usados em janeiro.

No início de maio, Cameli disse que tinha  uma sinalização  de quase R$ 100 milhões, que  seriam aprovados  no Congresso.

“É muito fácil a gente querer empurrar um problema para os outros, porque acha que esse problema não é seu, mas a BR-364 é nossa. Coloquei o Deracre à disposição do Dnit para que a gente possa o quanto antes resolver esse problema, de um paliativo que tem que fazer esse tapa-buraco”, disse.

Ainda em maio, noutra ida ao Dnit, a história começou a mudar.

A  ideia, segundo o governador, seria  fazer com que o estado ficassseresponsável pela recuperação de algumas vias e ajude o governo federal nesse trabalho.

“Por exemplo, essa estrada que dá acesso ao aeroporto de Rio Branco, que é responsabilidade do Dnit, de o Estado assumir trechos como esse, focar nos pontos críticos da BR para que a gente não tenha maiores prejuízos e esse processo todo já se inicia agora nesse verão”, garantiu.

Durante a reunião, Cameli teria dito que o governo estaria  com sua estrutura à disposição para trabalhar em parceria com o Dnit.

Naquela ocasião, os homens de Brasília relataram que  havia problemas financeiros, mas  garantiram empenho na questão da BR-364, destacando “a importância da parceria com o governo do Acre para a realização dos investimentos e serviços necessários na rodovia”.

Tudo não passou de conversa.

Hoje, os acreanos foram surpreendidos com uma terrível novidade: as obras de recuperação da BR-364 foram paralisadas por falta de recursos.

O relatório técnico do Dnit é bem claro.

“Determino que todos os serviços que encontram-se em andamento sejam paralisados a partir do dia 25/07/2022”, escreveu o fiscal do contrato.

O fiscal é o engenheiro Thiago Caetano, ex-secretário de Infraestrutura de Gladson Cameli.

A paralisação acontece em pleno verão amazônico.

Durante o inverno a rodovia ficou praticamente intrafegável.

O risco de fechar é grande, se não houver a liberação de recursos.

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