Se viajasse menos e focasse mais na missão para o qual foi eleito, Gladson Cameli, certamente, teria mais facilidade para identificar os problemas que atingem à sua pouco produtiva administração.
É justamente por delegar a outros o que é da sua responsabilidade que fez de Cameli o pior governador do Brasil em 2019, segundo levantamento do Portal G1.
Muitos são os problemas, poucas são as respostas.
Cameli resolveu entregar nas mãos da política o que deveria ser caso da polícia, de técnicos focados em resolver a questão da Segurança Pública do Estado.
O que muitos fingem não enxergar é que um dos principais problemas da Segurança foi a violenta intervenção da Polícia Civil, que perdeu força, autonomia e protagonismo nas ações de combate à criminalidade.
Em anos anteriores, era comum a Polícia Civil realizar dezenas de operações, desencadeadas após minucioso trabalho de investigação, culminando com prisões de líderes de organizações criminosas.
De janeiro do ano passado a janeiro deste ano poucas foram as operações realizadas. Não chegaram a meia dúzia. O resultado não poderia ser outro: aumentou exponencialmente o número de roubo de carros, entrada em residências e homicídios.
Os números oficiais não refletem a realizada vivida pela população, porque há uma evidente subnotificação. Muitas vítimas de roubos evitam procurar a delegacia porque não acreditam na capacidade de elucidação dos casos.
As subnotificações, que são altas, tendem a aumentar.
Parece incrível, mas a Delegacia de Flagrante (Defla) é a única que registra Boletim de Ocorrência após as 18 horas, bem como nos fins de semana e feriados. A delegacia do Tucumã será deslocada para a Baixada da Sobral.
O que é ruim, vai piorar.
“A Policia Militar está fazendo o policiamento ostensivo, isso é inegável. Mas só prende os pequenos, que são mandados a agir pelos chefes do crime. A Civil, que em 2018 realizou mais de 30 operações, em 2019 fez cinco na capital”, relata um policial protegido pela sigilo da fonte.