Bravateiro, o governador Gladson Cameli declarou que os projetos para os ramais estão prontos, que serão entregues à Caixa Econômica Federal.
Seria ótimo, se a notícia fosse verdadeira e não houvesse cheiro de coisa errada nessa estrada.
As suspeitas sobre esse ramais começam na dispensa de licitação do Deracre para a Funtac fazer os projetos.
É uma dispensa superior a R$ 5 milhões.
Pelo o que se tem conhecimento, a Funtac nunca fez projetos de ramais, não tem nem estrutura para executar o trabalho.
Também não foi visto qualquer processo licitatório para que a fundação contratasse especialistas capazes de encarar a empreitada.
Consultado pelo Porta do Rosas, um engenheiro respondeu lacônico: “Só se fizeram os projetos pelos Google”.
Segundo o engenheiro, o governo deve ter feito algo “por alto”.
Estariam trabalhando nos projetos executivos, fizeram um traçado e um orçamento médio por quilômetro.
“Impossível fazer esses projetos em apenas três meses. São necessários oito meses”, explica.
Para executar os projetos, a Funtac necessitaria possui quadro ou estrutura de engenharia para fazer projetos de ramais.
A fundação precisaria dispor de 10 engenheiros civis, quatro agrimensores, 10 equipes de topografia e pelo menos 15 desenhistas projetistas.
Precisaria, ainda, de veículos para deslocamentos.
A Funtac teria que locar 10 estações de topografia e pelo menos três GPS’s geodésicos.
Deputados da oposicão deverão apresentar requerimento pedindo a apresentação dos projetos na Assembleia Legislativa.
Embora estejam falando muito, os produtores acreanos podem se preparar para mais um ano sem ramais.
O recurso foi alocado erroneamente pela bancada federal no Ministério da Agricultura.
Inicialmente, eram R$ 154 milhões. O governo de Michel Temer contigenciou R$ 60 milhões.
Os R$ 94 milhões disponbilizados não previam as obras com drenagem, pontes e bueiros.
Por isso, a Caixa não liberou os recursos.
Se tiver conseguido fazer os projetos de mais de 15 quilômetros de estradas vicinais no Acre, o governo merece aplausos.
Mas é importante acompanhar se as coisas foram feitas dentro da legalidade.