Este Portal foi o primeiro a alertar sobre os efeitos negativos da reforma administrativa aprovada pelo governo na Assembleia Legislativa.
O Relatório de Gestão Fiscal (RGF) do primeiro quadrimestre deste ano, publicado na última segunda-feira, confirmou que o governo do Estado está acima do limite prudencial previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal.
As despesas com pessoal estão em 48,40%, quando o permitido é 49%.
É bom olhar os resultados com lupa, com muita atenção.
O deputado Daniel Zen (PT) fez uma boa análise e chamou a atenção para um fato muito importante.
Segundo o petista, governo vai ter que fazer uma escolha: ou nomeia os cargos comissionados ou efetiva os aprovados no concurso da Polícia Militar, Polícia Civil e Defensoria Pública.
Zen também iniciou um debate sobre modernização da gestão pública; uso racional dos recursos naturais; e uso da ciência, tecnologia e inovação como condições básicas para a geração de emprego e desenvolvimento econômico em nosso Estado.
“Ou o Estado investe na economia, para que sejam gerados empregos no setor privado, ou não vamos dar conta do desemprego, pois há pouca margem para novas contratações e novos concursos no âmbito do serviço público”, alertou.
Esse não é algo a ser desconsiderado, ser jogado para baixo do tapete.
A divulgação do RGP deixou cristalino que o governador Gladson Cameli não poderá pôr em prática a sua reforma administrativa.
E que os concursados já convocados correm risco.
Além de não poder contratar os concursados, caso opte pelas nomeações políticas, o governo não terá margem para realizar novos concurso e muito menos para conceder reajuste salarial aos servidores públicos.
É de domínio público que reforma administrativa foi aprovada, basicamente, para criar mais cargos com vista a acomodar apadrinhados políticos.
As novas nomeações servirão como barreira para quem sonha em ingressar no serviço público por meio de concurso.
Os atuais servidores, com os sindicatos atrelados ao governo, dificilmente terão como pleitear aumento de salário.
O Estado do Acre não é rico. Necessita que o gestor tenha responsabilidade e acompanhe a aplicação do recurso público com cuidado e austeridade.
O alerta feito por Daniel Zen merece que os interessados acendam a luz de alerta.