Nenhuma novidade. Como fora anunciado previamente, o governador Gladson Cameli levou ao Diário Oficial do Estado a nomeação do militar carioca Lauro Ferreira Melo para presidir a Fundação Hospital do Acre (Fundhacre).
É certo que Cameli desconhece completamente o trabalho do seu novo funcionário, mas ele quer fazer um quartel no setor que disse haver um cartel.
Antes de providenciar os documentos para inserir o militar na folha de pagamento, porém, o setor de recursos humanos deve tomar cuidado com um documento em especial: o Cadastro de Pessoa Física, também chamado de CPF.
Verificando os registros de Ferreira Lima, o Portal do Rosas verificou que o presidente da Fundhacre pode ser dono de dois CPF’s.
Isso, se confirmado, é crime de falsidade ideológica.
Nascido no Rio de Janeiro, o coronel pode ter CPF nos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul.
O CPF do Rio Grande do Sul, com o número 014.779.680-67, aparece na certidão emitida pela Justiça Federal da 4ª Região. Trata-se de um documento para fins eleitorais.
Ferreira Melo concorreu a vereador nas eleições de 2016 pelo PP, em Pelotas. Obteve 854 votos.
O segundo aparece em documento emitido pelo Poder Judiciário do Rio Grande do Sul. É uma Certidão Judicial Criminal Negativa. O número do CPF é o 079.567.368-03.
A duplicidade de numeração pode ter ocorrido por um erro de digitação. Mas os documentos comprovam a existência de um suposto crime.
O coronel importado por Cameli foi provedor da centenária Santa Casa de Pelotas por dois anos. Deixou o comando da unidade com o fechamento de leitos, com filas gigantes de pacientes esperando por cirurgias, servidores sem receber salários e em greve.
A Santa Casa de Pelotas acumulou uma dívida nada santa de quase R$ 90 milhões. Só um milagre pode salvar.