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Controlada por deputado, Rádio Difusora de Xapuri não tem locutores e não informa população durante pandemia

As emissoras de rádio do interior do Acre sempre foram o principal meio de informar e conscientizar a população a respeito dos assuntos relacionados ao cotidiano das comunidades.

A prestação de serviços de utilidade pública, como perdidos e achados, mensagens e a divulgação das ações governamentais, sobretudo às relacionadas à saúde e a educação, representa a essência da importância desses veículos para o povo.

Em Xapuri, onde está a Rádio Educadora 6 de Agosto, uma das primeiras e mais simbólicas do Estado, a política do governo Gladson Cameli promoveu um enorme desserviço à população daquele município.

Por divergências envolvendo o único jornalista da emissora, o servidor efetivo do Estado Raimari Cardoso, com um grupo político local, cujo líder é o deputado Antônio Pedro, que controla os principais cargos comissionados do governo no município, inclusive a rádio, a secretária de Comunicação tirou Cardoso da Secom.

Raimari diz que nunca foi oficialmente informado pela secretária sobre o real motivo de sua devolução para a Seplag depois de 26 anos de serviços prestados sem a existência de nenhuma ocorrência que desabone sua vida funcional.

No entanto, o radialista diz que foi cientificado por várias vezes, em off, de que sua atuação na emissora de rádio combinada com sua colaboração com sites noticiosos de Rio Branco desagradava apoiadores do governo que vinham pedindo o seu afastamento da emissora.

“Possuo todos os elementos e argumentos para dizer que minha saída da rádio de Xapuri se deu a pedido desse grupo. Tenho prints de conversas guardados, áudios e outras provas. Até confissões de correligionários deles foram postadas em redes sociais justificando e enaltecendo-os pelo feito. Mas a minha maior preocupação não é a minha simples saída, mas a situação em que a comunicação pública do município ficou. Não fui substituído e ficou um vazio na programação. A população ficou desassistida de informação”, conta.

Pelo que parece, o grande prejudicado com a situação foi mesmo a população, acostumada a se informar pela rádio local. Como o até agora não explicado afastamento do servidor, que foi lotado no Idaf, a emissora ficou sem programação local, principalmente no período da manhã, horário de maior audiência.

Um outro locutor, Nader Sarkis, por ter problemas cardíacos, está em quarentena, por ser do chamado grupo de risco para a covid-19.

No período da tarde, há um DJ que faz um programa musical cujo estilo não contempla a divulgação de informações.

Em síntese, em plena pandemia do coronavírus, com as autoridades tendo enorme dificuldade para disciplinar a população quanto às medidas preventivas à covid-19, o governo está prescindindo da experiência de um profissional com mais de 30 anos de atuação no rádio, deixando uma emissora da qual tem a concessão desguarnecida em nome de interesses político-eleitoreiros manifestados por meio de uma perseguição pequena e mesquinha de apoiadores seus naquele município. 

Coisas do Acre.

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