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Chamado de traidor por Flaviano Melo, não será surpresa se Marcio Bittar trair Gladson Cameli

A frase é clássica.

Foi proferida por um dos maiores políticos da história brasileira.

Por um homem que, a partir do Palácio Piratini, no Rio Grande do Sul, liderou a Campanha da Legalidade.

No último dia 25 de agosto fez 50 anos que, no cargo de governador, Leonel Brizola foi para a janela da sede do governo denunciar uma tentativa de golpe contra a posse de João Goulart. após a renúncia de Jânio Quadros.

Brizola chamou e a população gaúcha atendeu.  Movimentos sociais, como grupos estudantis, organizaram manifestações na Praça da Matriz. A Brigada Militar adentrou ao Palácio para sua proteção. Jornalistas tinham livre acesso ao subsolo – chamado, na época, de porão.

A sede do governo gaúcho se tornou uma emissora de rádio, uma trincheira e até sofreu ameaças de bombardeio. E foi ali que Goulart se estabeleceu para orquestrar sua posse.

De 25 de agosto até 7 de setembro, o Palácio Piratini, além de ser a sede do governo, se tornou o palco da resistência.

Voltemos à frase.

Excelente frasista, Brizola disse: “A política ama a traição e odeia o traidor”.

Semana passada, o morubixaba do MDB do Acre Flaviano Melo deixou de lado o seu comedimento para externar o que boa parte da população acreana sabe.

Flaviano simplesmente tachou o senador Marcio Bittar de “traidor”.

Ele deve ter magoado muito ao hoje deputado federal. Flaviano é conhecido por sempre manter o equilíbrio nos seus posicionamentos públicos.

Bittar, por sua vez, disse que o experiente político não terá a sua resposta.

Ora, não há como responder o que é evidente pela conduta de Bittar ao longo da sua vida pública.

Também é evidente que Flaviano Melo não descobriu que o senador virou traidor repentinamente.

A família Bittar cresceu política e financeiramente no governo de Flaviano Melo. Ou alguém esquece que o irmão mais velho do senador, Mauro Bittar, era um dos expoentes do governo do mdebista, no fim da década de 1980?

Marcio Bittar foi eleito pelo MDB em três oportunidades. Ganhou mandatos de deputado estadual, deputado federal e senador. Em todas abandonou o partido.

A trajetória de Bittar é marcada por gestos dignos de Joaquim Silvério dos Reis, aquele que ajudou a colocar o laço no pescoço de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.

Qual seria a supresa em mais uma traição?

Nenhuma.

Quem trai uma vez, não terá escrúpulo para trair outras vezes.

Dito isso, é bom o governador Gladson Cameli (PP) colocar as barbas de molho.

Inexplicavelmente para o público externo – nos bastidores muita gente sabe os reais motivos -, Marcio Bittar tem se empenhado para fazer decolar a candidatura de sua ex-esposa, ou esposa, Márcia Bittar ao Senado.

A senhora Bittar não é bem-vida em nenhuma agremiação minimamente comprometida com a organização  partidária. É tida como uma paraquedista pior do que o esposo.

Marcio Bittar, o traidor, quer empurrar a senhora Bittar como companheira de Gladson Cameli na disputa majoritária, mas está tendo dificuldades.

Diante dos bloqueios,  se aproxima do vice-governador Wherles Rocha, desafeto de Cameli, e faz ameaças ao governador por meio de jornalistas aliados e bem pagos.

No meio político poucos apostam que o casal Bittar se manterá fiel ao Palácio Rio Branco.

Há quem aposte que o senador decida concorrer ao governo, pois não tem o que perder.

Isso ocorrendo, a deputada Mara Rocha pode ser sua candidata a vice ou até mesmo ao Senado.

A cadeira a ser disputada por Márcia Bittar dependerá dos movimentos do seu ex-esposo. Ou seria esposo?

Bem, pelo menos a senhora Bittar parece ter perdoado a traição.

Mas, nesse caso, não é coisa de política.

É de coração.

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