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Antes de André do Rap, a soltura de um traficante foi usada por Moro para pressionar Teori e o STF

Publicado por Kiko Nogueira 

O caso André do Rap está sendo usado, entre outras coisas, para ressuscitar Moro e a moribunda Lava Jato.

A lei não é o problema. A questão é que ela não foi cumprida.

Os culpados são muitos — inclusive Marco Aurélio Mello, que não ignorou o estrago que poderia causar ao liberar o bandido e dar argumentos ao punitivismo.

“O juiz não renovou, o Ministério Público não cobrou, a polícia não representou para ele renovar. Eu não respondo pelo ato alheio, vamos ver quem foi que claudicou”, disse MAM.

Ora, se é assim, mais fácil um programa de computador para fazer o serviço.

A Globo resolveu colocar Sergio Moro em campo à la Garrincha, meio inchado, fora de forma, mas ainda capaz de encantar Merval Pereira e tantos otários mal intencionados.

O medo move moinhos e Fux, cheio de gás, sabe disso.

Ao fim desse arco íris estão o fantasma de Lula e a prisão após condenação em segunda instância.

Quando ainda era vivo e forte, Moro usou outro traficante, Reni Pereira da Silva, para pressionar Teori Zavascki.

Foi em 2014, quando Teori era relator da Lava Jato no Supremo e ameaçava os planos de dominação do imperador de Curitiba.

Segundo o advogado Cezar Bittencourt, ex-assessor de Teori, contou ao DCM numa live reveladora, o chefe tornou-se lavajatista a partir daí.

O DCM contou essa história:

Era uma noite de domingo, 18 de maio de 2014, quando Teori, analisando um pedido de habeas corpus feito pela defesa de Paulo Roberto Costa, assinou um mandato em que se mostra convencido de que a Lava Jato era uma operação ilegal.

Pela decisão que Teori tomou em 2014, constata-se que o processo deveria ter saído das mãos de Moro em 2006, quando as interceptações mostraram que havia um deputado federal, José Janene, envolvido na suposta prática de crime.

O destino natural, previsto em lei, era o Supremo Tribunal Federal, único tribunal competente para julgar autoridades com prerrogativa de foro.

Entretanto, Sérgio Moro não só reteve a investigação como, analisando suas decisões posteriores, ele passa a omitir o inquérito do Ministério Público Federal – quando ainda não era representando por Deltan Dallagnol e equipe.

Alegando sempre urgência nas decisões, Moro autoriza todas as quebras de sigilo solicitadas pela Polícia Federal, já comandada por Igor Romário de Paula, atual coordenador da Lava Jato.

O juiz toma suas decisões sem ouvir a procuradora que atuava em Curitiba. Algumas vezes, dá ciência posterior e, em pelo menos um caso, não atende às determinações do Ministério Público Federal.

Urgência em uma investigação que só teria as primeiras prisões e denúncias oito anos depois.

Teori tentou acabar com esse abuso em sua decisão de 18 de maio de 2014, ao determinar que a Lava Jato fosse enviada para o Supremo e os presos pela operação fossem colocados em liberdade.

Pela decisão de Teori, não seria o fim da Lava Jato, mas a investigação seria destinada ao que, pela lei, é definido como juiz natural dos casos.

É esse princípio que impede a Justiça de se tornar instrumento de perseguição.

Moro soltou Paulo Roberto e, ao mesmo tempo, a imprensa teve acesso a um ofício que mandou de volta a Teori Zavascki.

No texto, Moro pergunta se Teori quer mesmo que solte todos os presos, pois, alerta o juiz de Curitiba, entre eles está o traficante Reni Pereira da Silva, que também lavava dinheiro com Yousseff.

Veja online publicou a reportagem com o título: “STF manda soltar acusado de tráfico internacional de drogas”.

A repercussão foi grande.

Não dia seguinte, o Jornal Nacional, da Rede Globo, noticia que Teori havia voltado atrás.

“O ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki voltou atrás e decidiu manter na cadeia onze presos da Operação Lava Jato”, diz Patrícia Poeta, na abertura do noticiário da TV Globo.

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vale a leitura