Hoje perdi um amigo para a Covid-19.
Na verdade perdi mais um amigo para esse vírus mortal.
Quem não perdeu um amigo ou parente nesses dias tão incertos e difíceis?
Neste natal, na casa do meu amigo, o vazio da sua ausência preencherá os corações dos seus familiares.
Estou falando do meu amigo, mas já são mais de setecentas e cinquenta famílias acreanas que perderam os seus entes queridos vitimados pela Covid-19.
São quase oito centenas de famílias que não passarão um feliz natal.
São famílias cujas ausências preencherão os corações sofridos.
No Brasil, caminhamos a passos largos para chegarmos às duzentas mil mortes.
No começo eram apenas números, parecia tão distante da gente.
O vírus foi se aproximando das nossas casas, das pessoas que amamos e foi levando vidas tão queridas.
Os mortos passaram a ter nomes e endereços conhecidos.
Esses nomes e endereços eram dos nossos amigos e parentes.
Mesmo estando tão próximo, ainda tem gente brincando com esse vírus fatal.
Subestimando e negando algo tão grave.
Em pleno séculos vinte e um há pessoas que se negam a tomar vacina, sob o argumento estúpido de que a vacina é chinesa.
A morte não tem cor partidária.
Nem nacionalidade.
O vírus mata comunistas e capitalistas.
Religiosos e ateus.
Pobres e ricos.
Aqui no Acre, porém, tem algo muito grave acontecendo com o beneplácito de quem deveria fiscalizar.
O governo contratou uma empresa por mais de cinquenta e quatro milhões de reais para cuidar do hospital de referência em Covid, o Into-Covid.
A empresa, mesmo ganhando tanto dinheiro, não contratou um infectologista para fazer remédio.
Ou melhor dizendo: para prescrever remédio.
Também não contratou intensivista, profissional especialista em atendimento em UTI.
Como pode um descalabro desses?
Como é admitido tamanho descaso?
O resultado são as centenas de mortes na unidade.
As famílias sequer recebem informações corretas sobre o estado de saúde dos seus parentes.
Há uma omissão, uma indiferença gritante e mortal dos órgãos fiscalizadores.
Quantas pessoas a mais necessitarão morrer para que aconteça uma investigação seria nos termos do contrato e no que realmente está acontecendo no Into-Covid?
Vamos com menos bravata, governador!
O senhor mesmo falou que a situação irá se agravar.
Mesmo assim, vem aparecendo constantemente sem máscara, dando mau exemplo.
Parece até que tomou vacina, na sua recente viagem a São Paulo.
Se o senhor tomou, o restante da população está longe de tomar.
Mesmo o senhor, como sempre bravateiro, tendo declarado que dispõe de cento e trezes milhões para comprar vacina.
O senhor sabe que a vacina não virá da noite para o dia.
Sabe também que o governo do federal, que o senhor apoiou, joga contra a vacinação da população.
Portanto, é melhor fazer o dever de casa.
Cobrar mais transparência, rigor e eficiência da empresa responsável pelo Into-Covid.
É o mínimo a ser feito.
Durante a segunda guerra mundial, um empresário alemão chamado Oskar Schindler, junto com sua esposa Emilie Schindler, salvou mais de mil refugiados judeus do Holocausto, empregando-os em suas fábricas.
A história da luta pela vida virou um filme premiado chamado A Lista de Schindler.
Se continuar omisso, o governador poderá ter a sua Lista de Gladson.
Só que, em vez de vidas salvas, serão de vida perdidas.
O Into-Covid é caso de polícia.
Mas a omissão e o descaso com vidas tem sido a escolha de quem deveria agir.
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Fui
Forte abraço.
Cuide-se!
Use álcool em gel e máscara.
Isso salva vidas.