Diversas vezes o rapaz Cameli manifestou paixão pela aviação. Parece que essa é uma preferência familiar, assim como a compulsão por relógio caros, de luxo.
Como passou os 12 primeiros anos de mandato distante da maioria da população, ocupando mandatos de deputado federal e senador, a maioria dos acreanos não sabia disso.
E quem sabia encarava como normal. Afinal, ele trabalhava em Brasília.
Bastaram pouco mais de 70 dias como governador para as pessoas perceberem que o moço adora o conforto de uma aeronave. Vive, literalmente, no ar.
Feita as contas foi constatado que o Cameli, até agora, passou mais de 20% dos seus primeiros dias de mandato longe do Estado para o qual foi eleito como governante máximo.
Quando está em solo acreano, pouco é visto em público. Mantida essa média durante quatro anos, ele ficará 292 dias distante do povo. Isso equivale a quase um quarto do seu mandato. O major vice, que chora um olho e remela o outro pela cadeira do poder, rir e agradece a cada viagem.
O problema não é o fato gravíssimo do vácuo de poder.
A questão também é financeira. Até agora, o rapaz colocou no bolso R$ 13.274,20, em diária. O valor parece irrisório. Mas, se mantida a média, em dezembro de 2022, ele terá embolsado R$ 337,2 mil. Dá quase para comprar um avião pequeno.