Chega a ser patética a propaganda oficial falando que queimar é crime.
A intenção é das melhores, mas esse tipo de coisa deve vir precedida de exemplos.
E os exemplos são os piores.
De pouco serventia tem a propaganda oficial, se aquele que manda apoia aos criminosos.
Sim, foi o próprio governador Gladson Cameli que incentivou a criminalidade ambiental.
Em duas oportunidades, no final de maio, Cameli descredenciou os funcionários do Instituto do Meio Ambiente do Acre (Imac).
Em Sena Madureira, no dia 31 de maio, o falastrão governador orientou: “Se o Imac estiver multando alguém, me avisa (…). Me avisem e não paguem nenhuma multa, porque quem está mandando agora sou eu”.
No vídeo que o leitor pode ver aqui ele afirma: “Não vou permitir que venham prejudicar quem quer trabalhar”. Sob aplausos e batendo no próprio peito, reforçou: “Não paguem, quem manda sou seu”.
Coincidência ou não, de lá para cá, a situação só piorou.
Sob o comando da Gladson Cameli, os focos de incêndio aumentaram 200%, em relação ao ano passado.
Segundo o sistema de monitoramento SAD, do Imazon, a área desmatada no Acre no primeiro semestre deste ano alcançou 65 km², contra 14 km² registrados no mesmo período de 2018 —salto de 364%.
Num distante segundo lugar, aparece o Pará, com 23% de aumento.
Em toda a Amazônia, a área desmatada de janeiro a junho deste ano atingiu 2.061 km², diminuição de 19% em comparação com o primeiro semestre de 2010 (2.546 km²), sempre segundo o monitoramento do Imazon.
Os números são assustadores. Preocupam pela omissão do governo e, principalmente, dos órgãos de controle.
A declaração e a autorização criminosa do governador deveriam ser apuradas. Mas tem muita gente escondida nessa cortina de fumaça.