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Prefeito de Manaus pede socorro e diz que “Bolsonaro tem que ser presidente de verdade”

Portal do Holanda

Manaus/AM – Em entrevista à coluna Painel, da Folha de São Paulo, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto fez um pedido de socorro ao Amazonas, que segundo ele não enfrenta mais uma emergência, mas sim um estado de calamidade. Ele disse que escreverá uma carta ao G20 pedindo ajuda.

“O Amazonas pede socorro. SOS Amazonas. Aceitamos voluntários, médicos, aparelhos que estejam em bom funcionamento ou novos”, disse. Ele revelou à coluna Painel que 17% das 122 pessoas enterradas em Manaus, no domingo (19) morreram em suas casas. Apesar da falta de confirmação, Arthur acredita que são mortes decorrentes do coronavírus. “São números que mostram o colapso. Estamos chegando no ponto muito doloroso, ao qual não precisaríamos ter chegado se tivéssemos praticado a horizontalidade da quarentena, no qual o médico terá que se fazer a pergunta: salvo o jovem ou o velho?”.

O prefeito se reuniu com o vice-presidente, Hamilton Mourão, na segunda-feira (20) para pedir tomógrafos, profissionais treinados, equipamento de proteção individual e remédios: “O Tamiflu estamos dando contado”, explicou. 

Em meio ao aumento assustador de mortes no País, o presidente Jair Bolsonaro compareceu no último domingo a um ato pró-golpe militar, o que foi motivo de revolta para muitos, incluindo Arthur: “Não podia deixar de condenar o presidente participar de um comício, aglomerando, e ainda por cima tecendo loas a essa coisa absurda que foi o AI-5. Cassou meu pai, Mário Covas, pessoas acima de quaisquer suspeitas, e que serviam o país”, lembra ele sobre a cassação do pai, o senador Arthur Virgílio Filho,  durante a Ditadura Militar. 

 “É de extremo mau gosto o presidente participar de um comício, insistentemente contrariando a OMS e os esforços que fazem governadores e prefeitos. Bolsonaro toca diariamente nas minhas feridas.”

Em seguida do ato, Bolsonaro voltou a causar polêmica ao afirmar que ‘não é coveiro’ ao ser questionado sobre o número de mortes por coronavírus.  

“Queria dizer para ele que tenho muitos coveiros adoecidos. Alguns em estado grave. Tenho muito respeito pelos coveiros. Não sei se ele serviria para ser coveiro. Talvez não servisse. Tomara que ele assuma as funções de verdadeiro presidente da República. Uma delas é respeitar os coveiros”, disse Virgílio, que acabou chorando tocar no assunto dos profissionais doentes: “Não fui criado sob essa lógica do ‘homem não chora’. Nessa crise tem acontecido isso. Às vezes, consigo controlar. Muitas vezes, não”.

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