Enquanto a Amazônia queima, o Acre está sob fumaça e chama, a pergunta a ser feita é: por onde anda o senador Marcio Bittar (MDB)?
Com posições típicas de membros da extrema direita, o senador ao chegar em Brasília colou no filho do presidente Jair Bolsonaro, o também senador Flávio Bolsonaro.
A dupla teve uma ideia que rema na contramão do mundo. Queria mutilar o Código Florestal Brasileiro.
Os senadores propuseram acabar com reserva legal em todas as propriedades rurais do país.
Para quem não sabe, a reserva legal é uma parcela de mata nativa que os proprietários rurais devem preservar, em percentual que varia conforme a região.
Pela proposta, os donos de terras seriam obrigados a manter apenas as Áreas de Preservação Permanente (APPs), como margens de rios e encostas de morros.
O maior impacto da medida se daria sobre a Amazônia Legal, território que abrange os sete estados da região Norte, além de Mato Grosso e da maior parte do Maranhão. Nesta região, os proprietários devem preservar, atualmente, 80% da vegetação nativa (o percentual cai para 30% no Cerrado e 20% no restante do país).
Bittar e Bolsonaro foram mais longe. Contrariando as evidências e o estudos científicos, declararam, em artigo assinado, que “o discurso apocalíptico no meio ambiente é feito para gerar emoções”.
Felizmente, ainda há bom senso no Senado da República.
Sem conseguir apoio para o projeto devastador, os senadores foram obrigados a retirá-lo.
Se Márcio Bittar vinha pouco ao Acre quando queria ganhar um mandato, imaginemos agora que tem oito anos no céu terreno.
É um político ninja. Não estranha ter sumido no desmatamento e na fumaça provocada pelas queimadas criminosas.
Não se questiona o voto, mas a consequência do voto sempre será sentida e questionada.